A Liga Portugal e Reinaldo Teixeira

'Tribuna livre' é um espaço de opinião em A BOLA aberto ao exterior, este da responsabilidade de António Miguel Cardoso, presidente do Vitória Sport Clube

Aproximam-se as eleições na Liga Portugal e a Direção do Vitória SC entende que Reinaldo Teixeira reúne as condições necessárias para dar o impulso necessário ao futebol profissional.

Não há mais tempo a perder no futebol profissional. Numa altura em que se verifica que a perda de competitividade é gritante, os adeptos se afastam progressivamente dos estádios devido à manifesta falta de conforto e de condições, os quadros competitivos se encontram desajustados e as sociedades desportivas se deparam com sérias dificuldades financeiras, o Vitória Sport Clube aguarda com enorme expectativa a realização das eleições na Liga Portugal, declarando-se apoiante do candidato Reinaldo Teixeira, reconhecendo-lhe competência, seriedade e transparência. A Direção do clube e o ex-presidente da Associação de Futebol do Algarve convergem em várias ideias e projetos para o futebol português e, por isso, caminharão juntos até ao ato eleitoral marcado para 11 de abril deste ano.

Os clubes que militam nos dois principais escalões deparam-se com recorrentes problemas financeiros e têm de dar um salto qualitativo na construção de academias de futebol e na remodelação profunda dos respetivos estádios, sendo esses objetivos alcançáveis somente através do aumento da competitividade, da valorização dos atletas e da participação das equipas em provas europeias. Faz por isso todo o sentido que a candidatura de Reinaldo Teixeira preconize o reforço no apoio à profissionalização.

Empenhado somente em servir o futebol português, Reinaldo Teixeira já assumiu ter soluções muito concretas para os problemas e carências do futebol profissional e o Vitória SC não tem dúvidas de que produzirão importantes efeitos positivos. São ideias bem definidas, limpas de ambiguidade. É tempo de mudança e o Vitória SC estará na linha da frente, ao lado de Reinaldo Teixeira, na idealização e aplicação das medidas necessárias para impulsionar o futebol profissional e o futebol português em geral, sendo prioritária, como defende, a centralização dos direitos televisivos. O Vitória SC entende que a II Liga e a I Liga se devem aproximar em termos de distribuição de valores e considera que o modelo da centralização deve seguir o modelo da UEFA no que diz respeito à distribuição de receitas, em função da pontuação de cada clube.

A proposta de Reinaldo Teixeira assenta em pilares essenciais: maximizar receitas e reduzir despesas, através de uma gestão profissionalizada e inovadora. Para isso, reuniu especialistas em áreas-chave: Comercial, Direção Financeira, Sponsoring, Conteúdos, Marketing e Infraestruturas, garantindo um projeto ambicioso e realista para a Liga Portugal. O Vitória SC subscreve por completo esse plano, propondo ainda que se profissionalize ainda mais a arbitragem através da criação de uma Comissão Independente que assuma a responsabilidade de classificar os árbitros e os VAR. Sendo este um domínio sensível do futebol profissional, é fundamental que todas as comunicações entre dirigentes dos clubes e Conselho de Arbitragem sejam tornadas públicas.

Há muito que Reinaldo Teixeira está identificado com os projetos defendidos pelo Vitória SC. Há muito para fazer no futebol profissional, a começar pela questão fiscal. Precisamos de ter melhores jogadores e mais adeptos nos estádios, e, para tal acontecer, é necessário que a Liga Portugal sensibilize o Governo para necessidade de baixar o IRS no salário dos atletas, reduzir o IVA no preço dos bilhetes e autorizar a venda de bebidas alcoólicas (ainda que de forma moderada). Sobrarão assim importantes verbas para os clubes investirem ainda mais no setor da formação. Por outro lado, é urgente que sejam reformulados os quadros competitivos. A principal liga profissional deve manter 18 clubes, mas o calendário dos jogos deve ser menos pesado, justificando-se por isso a eliminação da Taça da Liga.

Tendo bem presente estas preocupações do Vitória SC que são comuns a muitos outros clubes, Reinaldo Teixeira não será um presidente alheio ao que o rodeia. Temos a certeza de que nunca deixará de auscultar os clubes e procurará sempre os consensos, a bem do futebol profissional português. Do candidato José Gomes, um respeitado docente universitário e que sempre prezou a ética, estranho que ainda não se tenha demitido da sua função de presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portugal, tendo agendado as eleições somente para 11 de abril, sabendo-se que estas ainda poderiam ocorrer duas semanas mais tarde. Valeu o bom-senso do Vitória SC, Estrela da Amadora, Farense e Leixões que contestaram, em sede de Assembleia Geral da Liga, a anterior proposta (24 de abril). Quando agendou a eleição, não era candidato; em menos de uma semana, apresentou-se como candidato.

Pela visibilidade que o futebol tem em Portugal, todos os agentes da indústria precisam de ter bem enraizada a responsabilidade do bom exemplo que precisam de transmitir. O desporto é um dos pilares fundamentais para que uma sociedade seja responsável, bem formada, ética e com saúde. A eleição de 11 de abril não é apenas sobre escolher um presidente, mas sobre definir o futuro do futebol profissional em Portugal. Reinaldo Teixeira é a garantia de uma liderança transparente, leal e comprometida com os interesses comuns, o que naturalmente colocará a Liga Portugal num caminho de crescimento e estabilidade. Ainda estamos a tempo de construir um futebol mais forte e unido. A escolha está agora nas mãos das Sociedades Desportivas.

P.S. Temos o dever de aceitar e admitir que outros clubes pensem e votem de forma diferente, faz parte da democracia plural em que vivemos. Insulto fácil ou caraterizações sobre as ideias de outros são práticas que não devemos permitir entre pares no futebol português. Infelizmente, é algo que parece que está a acontecer.