A estrada da Beira e a beira da estrada

OPINIÃO13.02.202305:30

A APAF existe para ser parcial e defender, qual sindicato, os interesses dos árbitros; o CA da FPF existe para defender a arbitragem. Diferente.

AAPAF, órgão de classe dos árbitros, faz bem o seu papel, ao sair em defesa dos seus associados cada vez que sente que estes são atacados. Da APAF, que é o sindicato dos árbitros, espera-se parcialidade, porque é essa a sua natureza. O problema é quando se abre uma via direta da presidência da APAF para a presidência do Conselho de Arbitragem (CA) da FPF e se confundem as coisas. É que um e outro têm objetivos que muitas vezes não são coincidentes. À APAF cumpre a defesa dos árbitros. Ao CA cumpre a defesa da arbitragem. O que é diferente...

OS promotores da Superliga Europeia, que conheceram vitória significativa junto da justiça espanhola, mas aguardam veredicto do Tribunal Europeu de Justiça, voltaram à carga, desta feita com uma versão melhorada e corrigida, onde o mérito desportivo é contemplado, assim como o apuramento através das competições nacionais. Apenas um pormaior pode atrapalhar esta construção. Se os clubes se qualificam através dos campeonatos nacionais, e esses são organizados pelas federações nacionais, e se estas estão filiadas na UEFA, como podiam permitir que concorrentes das suas provas fossem disputar uma competição europeia fora do âmbito das organizações de Nyon?

O que é certo, como recentemente se viu com alterações à Liga dos Campeões a partir de 2024, é que cada vez que os clubes dos campeonatos mais poderosos (leia-se ricos) ameaçam com seja o que for, a UEFA engendra uma reforma que acaba por dar-lhes mais dinheiro e elite ainda de forma mais evidente, a sua prova-rainha. Ou seja, no fundo, a UEFA reconhece que o big money não vem de jogos pouco interessantes, e há que colocar as melhores equipas em confronto direto, nem que isso permita que a Premier League, ou a Bundesliga, ou La Liga tenham cada vez mais representantes. Qualquer dia têm é de mudar o nome à competição, porque Taça dos Campeões Europeus era no tempo em que o acesso era restrito aos vencedores de cada campeonato. Na fórmula Liga dos Campeões, têm participado equipas que nunca venceram qualquer campeonato, ou se o fizeram ainda foi antes da construção do Muro de Berlim.

PS — Nesta opinião não é feita qualquer referência ao Sporting-FC Porto, de cuja crónica me encarreguei nesta edição.
 

ÁS — LEBRON JAMES

Aos 38 anos, LeBron James anda um pouco como Cristiano Ronaldo: em boa forma física, a somar recordes (e desta vez ultrapassou Kareem Abdul-Jabbar como maior pontuador da NBA), e a faturar bastante. Pena é que o comportamento coletivo dos Lakers não augure nada de bom à equipa de King James.


ÁS — FILIPE CÂNDIDO

Grande proeza do Nacional da Madeira, 15.º da Liga 2, ao derrotar por 2-5 o Casa Pia, equipa sensação da primeira volta do principal escalão do nosso futebol, classificando-se assim para a meia-final, que disputará em duas mãos, com o SC Braga. Noite de glória, que já tardava, para o emblema da Madeira e para o seu treinador.
 

DUQUE — VÍTOR PEREIRA

Perder com os sauditas do Al Hilal foi um fiasco para Vítor Pereira,  que chegou à Gávea cheio de ilusões. Há que lembrar, contudo, que a última equipa não europeia a vencer o Mundial de Clubes foi o Corinthians, em 2012, e de então para cá o Fla de Vítor Pereira foi o quinto representante sul-americano a falhar a final.