Benfica Águias aumentam a parada por Bento
Numas vezes o Atlântico une, noutras separa. Neste momento um enorme oceano impede um acordo entre Benfica e Athletico Paranaense pela transferência de Bento Krepski, mas enquanto houver água para navegar a viagem não vai parar.
Como em tantos outros processos complexos, os dois clubes parecem estar a esticar a corda ao máximo pelo guarda-redes de 24 anos. Os encarnados até já fizeram passar a mensagem de que teriam desistido, os brasileiros assumiram que não o querem transferir, mas num defeso nunca há verdades absolutas até que haja um não rotundo do vendedor, do comprador ou do próprio jogador.
Ora, havendo três partes em jogo, há duas que parecem estar mais em sintonia: Benfica e Bento. Mas o clube do Paraná já fez saber que se recusa a deixá-lo sair, ou pelo menos pelos preços até agora discutidos.
A oferta mais recente das águias foi de €10 milhões (superior a propostas anteriores) e em determinado momento admitiu-se que isso seria o suficiente para haver luz verde para o negócio, mas a aparente abertura demonstrada pela Direção liderada por Mário Celso Petraglia rapidamente deu lugar a trancas à porta, a tal ponto de os dirigentes do clube do Paraná, segundo alguns media locais, se terem recusado a receber o diretor-geral Rui Pedro Braz, situação que os dirigentes do Athletico, porém, não admitiram.
Mas tendo em conta que já passou algum tempo desde essa recusa e porque Bento ainda é a prioridade para reforçar a baliza, as águias estão na iminência de subir a parada, leia-se apresentar uma proposta por um valor mais alto, além de acenar com possíveis bónus ou cedência de percentagem numa futura venda.
Importante, mas não urgente
O Benfica está, no entanto, a estudar outras hipóteses no mercado, sem se concentrar em exclusivo no guarda-redes do Athletico Paranaense. Os dirigentes acreditam que ainda têm tempo para jogar em vários tabuleiros, além do fator Vlachodimos: o internacional grego continua a oferecer todas as garantias para o treinador, Roger Schmidt.
Ao contrário, por exemplo, da contratação de Jurásek, que exigiu rapidez de ação porque tinha saído um titular absoluto (Grimaldo), a SAD liderada por Rui Costa considera que a aquisição de um guardião não tem o mesmo caráter de urgência. Importante, sim, mas não uma emergência que obrigue o campeão nacional a enfraquecer a sua posição na mesa de negociações.
É neste jogo de avanços e recuos, em que o tempo desempenha um papel fundamental, que se encontra o dossiê Krepski. Ainda ontem foram vários os avisos vindos do outro lado do Atlântico de que não vale a pena a insistência a não ser que os encarnados paguem a cláusula de €60 milhões, mas na Luz há a convicção de que tudo se resume a uma questão de números, cedências de parte a parte e um fator não menos relevante: Bento tem o desejo de atravessar o oceano.