Fórmula 1 Nyck de Vries dispensado por ser 0,3 s mais lento que Tsunoda!
Na Fórmula 1, as ondas de choque originadas pelo despedimento de Nyck de Vries pela AlphaTauri ainda não terminaram e nem o anúncio da substituição do piloto neerlandês pelo australiano Daniel Ricciardo, que tem muitos grandes prémios (232) e 8 vitórias no currículo, pararam a polémica desencadeada por decisão conhecida depois da corrida 10 do Mundial de 2023, em Silverstone.
Se o neerlandês continua em silêncio, conhecendo-se só reações de apoio de familiares e amigos próximos, nomeadamente em publicações nas redes sociais, a equipa controlada pela Resd Bull, pela voz do conselheiro Helmut Marko, austríaco de 80 anos por trás de (quase) todas as decisões tanto de Chrstian Horner na escuderia austríaca como de Franz Tost na italiana, sentiu-se obrigado a explicar, publicamente, as razões para a ‘dispensa’ do campeão de Fórmula 2 em 2019 e Fórmula E em 2020-21, após 10 grandes prémios!
E Marko, como habitualmente, não foi… ‘meigo’. O austríaco disse que esperava muito mais do neerlandês, mesmo tratando-se de piloto inexperiente – estreou-se na categoria-rainha do desporto automóvel em 2022, no Grande Prémio de Itália, substituindo Albon na Williams, devido a problema de saúde do malaio, e fê-lo de forma notável, acanando a corrida em Monza em novo, depois de qualificar.se em 13.º (valeu a oitava posição na grelha de partida, devido a uma mão cheia de penalizações). «Tínhamos a expetativa de poder liderar a equipa e, no mínimo, apresentar-se no mesmo patamar do Yuki Tsunoda, mas a verdade é que nunca foi capaz de fazê-lo e, regularmente, era 0,3 s mais lento por volta que o companheiro de equipa. Nas primeiras 10 corridas da temporada, não vimos nenhuma evolução», disse.
Helmut Marko em conversa com o ‘De Telegraaf’, diário dos Países Baixos, reconheceu a importância de Horner na dispensa de Nyck de Vries, com aumento da pressão depois de Daniel Ricciardo, piloto de reserva da Red Bull, realizar testes em Silverstone com o RS19 de Verstappen e Pérez, com o australiano a aproximar-se bastante dos tempos por volta dos dois ‘titulares’ da escuderia austríaca – na verdade, o ex-McLaren conseguiria a oitava posição na grelha de partida para o Grande Prémio da Grã-Bretenha, igualando, na sessão de qualificação, o melhor registo realizado nesse programa.
Horner e Marko também divergiram sobre a contração de Nyck de Vries como sucessor de Pierre Gasly na AlphaTauri-Honda RBPT, depois do anúncio da mudança do francês para a Alpine-Renault. «Ricciardo traz energia nova à equipa», disse o austríaco, depois de sublinhar o comportamento e a rapidez do australiano no teste da Pirelli com o RB19 em Silverstone. «Não valia a pena esperar-se mais! Faltam duas corridas para a paragem de verão, sim, mas nunca vimos progressos relevantes. Pura e simplesmente, faltava-lhe velocidade», disse o austríaco sobre o neerlandês.
O melhor resultado do piloto de 28 anos nos 10 corridas com a equipa de Faenza, Itália, registou-se no Grande Prémio do Mónaco, a 28 de maio: 12.º. Os dois pontos da equipa no Mundial de Construtores foram somados por Yuki Tsunoda, com dois 10.º lugares, o primeiro na Austrália, o segundo no Azerbaijão. De resto, no frente a frente com o rival número um, sempre o companheiro de escuderia, japonês em vantagem tanto em corrida como em qualificação: em qualquer das situações, 8-2 para o nipónico!
Estas mudanças também representas riscos para Daniel Ricciardo. A AlphaTauri tinha a ambição de contar com piloto mais experiente na equipa (o australiano tem 34 anos), de forma a trabalhar na otimização do AT04, monolugar que partilha a unidade de potência com o RB19 que venceu as primeiras 10 corridas de 2023, mas não apresenta índices de fiabilidade e rapidez comparáveis (a escuderia transalpina é 10.ª entre os 10 construtores no Mundial, enquanto a austríaca está isoladíssima no topo da classificação), de modo a combiná-la com a irreverência da juventude de Tsunoda, que tem apenas 23 anos, mas a dispensa de Nyck de Vries não garante progressos nos resultados.
Ricciardo planeava regressar ao Mundial apenas em 2024, encontrando vaga em equipa, não podia recusar a decisão da Red Bull e está obrigado a fazer (muito…) mais e melhor que Yuki Tsunoda. Falhando, talvez ponto final na carreira no Mundial de Fórmula 1.