«Melhor do Mundo» de regresso! - Tudo o que precisa de saber está aqui

Rali de Portugal «Melhor do Mundo» de regresso! - Tudo o que precisa de saber está aqui

RALI DE PORTUGAL10.05.202311:58

É a edição 56 do maior acontecimento desportivo organizado anualmente em Portugal e a ronda 5 do WRC de 2023. O Rali cinco vezes premiado como o «melhor do Mundo» realiza-se de amanhã a domingo, regista mais de 80 inscritos, concentra-se no centro e no norte do país e tem 1636,25 km de percurso, com 329,06 km ao cronómetro em 19 especiais! Elfyn Evans e Kalle Rovanpera, os dois em Toyota GR Yaris Rally1, Ott Tänak, em Ford Puma Rally1 e Thierry Neuville, em Hyundai i20 N Rally1, todos ex-vencedores do evento e posicionados no top-5 do campeonato liderada por Sébastien Ogier, piloto sem programa completo no Mundial, são os favoritos. Quinta-feira, às 20.30 horas, Cerimónia de Partida em Coimbra.

A ausência de Ogier é a mais surpreendente. O francês de 39 anos, também em Toyota GR Yaris Rally1, tem 2 vitórias em 2023 (Monte Carlo e México), em 3 ralis no Mundial, partilha a liderança da classificação do Mundial com Evans (69 pontos, somente mais 1 que o campeão em título, Rovanpera) e ganhou 5 vezes em Portugal, proeza que divide com o finlandês Markku Alén desde 2017. Segundo piloto mais bem-sucedido no WRC, com 8 títulos, 57 triunfos e 96 pódios em 177 participações no campeonato, Sébastien tem outra caraterística diferenciadora: trata-se de especialista em terra, precisamente a superfície da ronda portuguesa inscrita num calendário com 13 provas.

Rovanpera venceu em 2022, aos 21 anos, tornando-se no piloto mais jovem de sempre a consegui-lo! Então, ganhou pela terceira vez na temporada e posicionou-se bem para a corrida ao título mundial que venceria a 2 de outubro, só 1 dia depois de comemorar o 22.º aniversário (implodiu recorde de Colin McRae, campeão em 1995 com 27 anos e 89 dias). Na 51.ª edição do Mundial criado pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) em 1973, com Portugal no calendário, o prodígio finlandês regista apenas 1 pódio (2.º no Monte Carlo) (2.º). Evans ganhou em 2021, Tänak em 2019 e Neuville em 2018.

Há mais 2 ex-vencedores na lista de participantes, ambos na luta pelo título nacional: o norte-irlandês Kris Meeke e o português Armindo Araújo. O primeiro, num Hyundai i20 N Rally2, é o substituto do malogrado Craig Breen, piloto que morreu a 13 de abril, aos 33 anos, durante teste para o Rali da Croácia, ronda 4 do Mundial. Em Portugal, estreia de James Fulton, ex-navegador de Breen, ao lado do campeão da edição 50 do rali, em 2016, em Citroën DS3 WRC. O segundo, num Skoda Fabia Rally2 Evo, ganhou em 2003, 2004 e 2006, período em que a prova não integrou o mapa do Mundial (2002 a 2006).

O Rali de Portugal é o mais concorrido do WRC e também pontua para o WRC2, WRC3, CPR e Peugeot Rally Cup Ibérica, com os vencedores no Nacional e no Troféu decididos no final do primeiro dia de competição, após 8 especiais e 121,25 km ao cronómetro. A organização antecipa multidão de adeptos, a regra, para ver, sobretudo, os Rally1 com motorizações híbridas introduzidos em 2022 (nesta ronda do Mundial, na categoria de topo, 8 carros com mecânicas 1.6 Turbo apoiadas por motores elétricos, sistema capaz de mais de 500 cv, de pico de potência!).

O primeiro Rali de Portugal realizou-se em 1967 (originalmente, tinha o nome TAP, que manteve até 1974) e venceu-o José Carpinteiro Albino, num Renault 8 Gordini.

Rovanpera e Tanak vencedores nos anos em que ganharam os títulos mundiais.

Portugal representa o início de fase crucial na temporada, como primeiro dos sete ralis consecutivos em pisos de terra, uma sequência para cumprir até ao início de outubro e muito exigente para equipas, máquinas e pilotos. No Mundial, só 4 pontos separam os quatro primeiros classificados (Ogier, Evans, Rovanpera e Tanak, por esta ordem), mas o quinto (Neuville) soma apenas menos 11 que o comandante da tabela.

Rovanpera ganhou em Portugal no ano passado, na caminhada para o título no WRC, o primeiro na carreira do finlandês. «Sinto feliz por regressar! Sempre gostei deste rali e, em 2022, consegui ganhá-lo, mesmo encontrando-me mal posicionado, como primeiro na estrada. Conhecemos bem o que temos pela frente, sobretudo as classificativas que são lendárias, e sabemos que o ritmo é sempre elevado. O início da época ficou aquém do que esperávamos, mas estamos bem posicionados na luta pela vitória num Mundial que é longo e está muito competitivo», disse o piloto de 22 anos, que tem 8 vitórias na categoria principal do WRC, nenhuma em 2023. A Toyota, ganhando, iguala recorde de vitórias no nosso País partilhado por Citroën e Lancia (8).

Tanak estreou-se no WRC em Portugal, em 2009, num Subaru Impreza WRX STI (20.º) e venceu o rali em 2019, o ano do título mundial, num Toyota Yaris WRC. Este estónio de 35 anos diz-se preparado. «Como ficou demonstrado no México, não estamos ao nível dos Toyota, mas detetámos as fragilidades e a equipa está a trabalhar para eliminar os problemas. Este rali representa o arranque a sério do Mundial! É sempre muito rápido e, habitualmente, as segundas passagens pelas especiais são duríssimas», concluiu Ott.

Novidades

No percurso para 2023, mão cheia de novidades. Quinta-feira, 18,15 km para percorrer em Mortágua antes da especial-espetáculo com 2,28 km na Figueira da Foz, cidade pela 1.ª vez no mapa do rali desde 1997. Domingo, logo ao início do dia, classificativa nova com 15 km em Paredes. Igualmente na agenda, formalização do acordo com o promotor do WRC para a manutenção do Rali de Portugal no mapa do Mundial por mais 2 anos, até 2025.

Milhões

O ano passado, cerca de 1 milhão de espectadores assistiu ao vivo ao Rali de Portugal e muitos deslocaram-se do estrangeiro (cerca de 273 mil), de acordo com os números da organização, baseados num estudo da Universidade do Algarve, que também observou o impacto económico, no montante recorde de mais 153,7 milhões de euros. Números que ilustram a importância da prova, sobretudo para as regiões que percorre.

Classificações

Ogier ganhou o Monte Carlo e no México, Tänak venceu na Suécia e Evans impos-se na Croácia. No campeonato, apenas 11 pontos separam o primeiro classificado do quinto. Ogier e Evans partilham a liderança, com 69, só mais 1 que Rovanpera, 4 que Tanak ou 11 que Neuville. Nos construtores, Toyota no topo, com 161, à frente de Hyundai, com 132, e M-Sport Ford, com 108. Yohan Rossel, num Citroën C3 Rally2 da PH Sport, lidera o WRC2, e Diego Dominguez Jr., em Ford Fiesta Rally2, comanda o WRC3. Em Portugal, Ricardo Teodósio, em Hyundai i20 N Rally2, encontra-se à frente do CPR.

Terra

É a superfície dominante no Rali de Portugal e no calendário do WRC, com 8 provas em 13. Esta temporada, o primeiro contacto com este piso demolidor registou-se na ronda 3, no México. No calendário, depois da passagem pelo nosso País, seguem-se Sardenha (Itália), Safari (Quénia), Estónia, Finlândia, Acrópole (Grécia) e Chile.

QUADRO

QUINTA-FEIRA, 11 MAIO

9h01    Baltar (Shakedown), 4,55 km

20h30  Coimbra, cerimónia de partida

SEXTA-FEIRA, 12 MAIO

9h05    PEC1: Lousã 1, 12,03 km

10h05  PEC2: Góis 1, 19,33 km

11h05  PEC3: Arganil 1, 18,72 km

13h35  PEC4: Lousã 2, 12,03 km

14h35  PEC5: Góis 2, 19,33 km

15h35  PEC6: Arganil 2, 18,72 km

17h05  PEC7: Mortágua, 18,15 km

19h05  PEC8: Figueira da Foz, 2,28 km

SÁBADO, 13 MAIO


7h05    PEC9: Vieira do Minho 1, 26,61 km

9h05    PEC10: Amarante 1, 37,24 km

10h35  PEC11: Felgueiras 1, 8,91 km

15h05  PEC12: Vieira do Minho 2, 26,61 km

16h35  PEC13: Amarante 2, 37,24 km

18h05  PEC14: Felgueiras 2, 8,91 km

19h05  PEC15: Lousada, 3,36 km

DOMINGO, 14 MAIO
7h05    PEC16: Paredes, 15,00 km

8h35    PEC17: Fafe 1, 11,18 km

9h35    PEC18: Cabeceiras de Basto, 22,23 km

12h15  PEC19: Fafe 2 (Power Stage), 11,18 km