Fórmula 1 Mais de 1200 violações dos limites da pista na Áustria e FIA não puniu todas!
A Fórmula 1 está a mudar-se de Spielberg, na Áustria, para Silverstone, em Inglaterra, ‘palco’ da ronda 11 do Mundial, mas o Grande Prémio da Áustria que antecedeu o da Grã-Bretanha no calendário da 74.ª temporada da categoria número um do desporto automóvel mantém-se na agenda mediática, consequência direta das penalizações a oito pilotos aplicadas pela equipa de comissários da FIA já horas depois do fim da corrida, por violações dos limites da pista, decisão que provocou mudanças importantes na classificação e, consequentemente, nos campeonatos de pilotos e construtores. Menos mal: nenhum dos ‘infratores’ esteve no pódio do Red Bull Ring: Verstappen (primeiro), Leclerc (segundo) e Pérez (terceiro).
A FIA, antecipando o problema, até pediu ao proprietário do circuito – e promotor da corrida –, que substituísse o asfalto por gravilha nalgumas zonas do circuito, nomeadamente nas curvas 9 e 10, mas o pedido foi ignorado e, na sexta-feira, durante a qualificação para o grande prémio de domingo, a equipa de comissários anulou 47 tempos, incluindo três a Sergio Pérez, o que valeu ao piloto da Red Bull a não participação, pela quarta vez consecutiva, no segmento mais importante da sessão (Q3), por determinar a ‘pole position’ e arrumar as primeiros cinco linhas da grelha de partida. E, assim, o mexicano teve de arrancar para a corrida de 15.º!
Ontem, situação mais problemática, com muitos pilotos a transporem a linha branca que delimita o interior do exterior da pista – a penalização aplica-se só quando as quatro rodas do monolugar ultrapassam esse limite, que está predefinido e é conhecido de todos! Na corrida, cumpriram-se várias infrações de 5 s nas paragens para trocas de pneus, que foram aplicadas à quarta violação da regra e só depois da exibição de bandeira de aviso (preta e branca), mas a equipa de comissários da FIA continuou a trabalhar depois do fim do grande prémio e, ainda assim, analisou apenas parte dos mais de 1200 ‘excessos’ registados durante as 71 voltas ao Red Bull Ring.
Os resultados desse exame, necessariamente (muito) demorado e minucioso, originaram oito penalizações de 10 segundos, que foram divulgadas apenas horas depois da bandeira de xadrez e provocaram várias mudanças na classificação final, com Carlos Sainz (Ferrari) a perder o quarto lugar e Lewis Hamilton (Mercedes) o sétimo, por exemplo! Em todos os casos, registaram-se duplas violações – isto é, depois de cumprida a penalização de 5 segundos que castiga as primeiras quatro infrações, aplicou-se uma segunda de 10 s que pune outra série de quatro infrações.
Na Áustria, Ocon foi o piloto mais penalizado pelas violações dos limites da pista, com a perda de três posições na classificação. Já Sainz, Zhou e De Vries 'recuaram' duas e Hamilton, Gasly, Magnussen e Tsunoda ‘apenas’ uma. A FIA reconheceu a incapacidade de punir tudo e todos, por falta de meios para tomar decisões em tempo razoável. E, assim, depois de penalizar 12 pilotos num primeiro anúncio, recuou nessa decisão e acabou por punir ‘só’ oito.
O Red Bull Ring, considerando toda a situação, recebeu a recomendação de trabalhar no desenvolvimento de solução para o problema, maior depois do anúncio da extensão por mais três anos, de 2027 até 2030, do contrato com o promotor da Fórmula 1 para integrar o calendário do Mundial.