Cor do novo asfalto pode ser dramática no Grande Prémio do Brasil
Pista de Interlagos foi totalmente repavimentada

Cor do novo asfalto pode ser dramática no Grande Prémio do Brasil

FÓRMULA 131.10.202420:19

Novo piso mais escuro ameaça ser fator determinante na gestão da degradação dos pneus no GP do Brasil

As equipas de Fórmula 1 e o fornecedor de pneus Pirelli chegaram de sobreaviso ao circuito de Interlagos, palco do Grande Prémio do Brasil, para fim de semana que poderá revelar-se imprevisível para a gestão do desgaste dos pneus.

A pista nos arredores de São Paulo foi totalmente repavimentada e um novo asfalto, como é hábito, causa sempre imprevisibilidade sobre o impacto que poderá ter nos níveis de aderência. Nalgumas pistas em que o novo piso, por inadequado tratamento específico (a mistura de borracha com o alcatrão), provocou acentuadas quebras de aderência e consequentes dores de cabeça aos pilotos e equipas.

No entanto, há outro elemento interessante, que acresce à relevância do novo pavimento, que pode provocar ainda maior impacto no desempenho dos pneus: a insuspeita cor do asfalto. A nova superfície é muito mais escura, o que significa que absorverá muito mais a temperatura do sol do que a anterior superfície, cinzenta e desbotada. As estimativas da Pirelli para a temperatura do asfalto de Interlagos já apontavam para valores inusuais e extremos, mas os primeiros registos, ao início da tarde desta quinta-feira, aproximaram-se de 60ºC. E estando tão quente, o asfalto poderá causar graves complicações às equipas e aos pilotos.

As temperaturas mais elevadas da pista têm um impacto direto nas temperaturas dos pneus e podem contribuir para agravar a degradação térmica da borracha – o que sempre foi fator a ter em conta na pista brasileira devido ao seu traçado. As temperaturas do novo asfalto negro podem assim forçar as equipas a alterarem as suas opções para compostos mais duros, tanto para a corrida sprint, amanhã, como para a corrida principal do Grande Prémio.