Supertaça: «Não dei um puxão de orelhas, mas...»
António Cotrim/Lusa

Supertaça: «Não dei um puxão de orelhas, mas...»

Treinador do OC Barcelos, Rui Neto, explica estratégia por trás da conquista do troféu sobre o campeão FC Porto

O Óquei de Barcelos conquistou a Supertaça António Livramento, ao vencer o FC Porto por 3-2, com um golo decisivo de Pedro Silva, a apenas dois minutos do final do jogo, a culminar reviravolta de uma desvantagem de 1-2 ao intervalo. 

Após o encontro, Rui Neto, treinador do OC Barcelos, declarou: «Tínhamos criado um foco na Supertaça. Queríamos discutir o jogo na Elite Cup, não queríamos ter perdido da forma como perdemos, mas o foco era a Supertaça. Não dei um puxão de orelhas, mas sim alertei os atletas para qual tinha sido o nosso propósito e que tínhamos de aprender com os erros cometidos. Tínhamos qualidade individual para jogar melhor do que nos últimos 15 minutos desse jogo e hoje, contra um grande adversário, vencemos um troféu muito importante para todos».

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«Ao intervalo, disse aos atletas que tínhamos de acreditar na nossa capacidade em virar o resultado. Tínhamos de estar focados e controlar a ansiedade que tivemos na primeira parte. Um golo não significa nada em termos de vantagem e, a qualquer momento, podíamos marcar e discutir o jogo até ao fim. Não baixámos tanto o bloco e criámos mais dificuldades ao FC Porto», explicou Rui Neto.

«Já estivemos próximos de vencer algumas competições. Ainda há bem pouco tempo estivemos numa final da Taça de Portugal, com o mesmo adversário, em que perdemos por detalhes. Parecia ser o treinador do ‘quase’ e que nunca ganhava. Acho que este troféu é importante. É mais difícil ganhar uma Elite Cup do que uma Supertaça, mas há 20 anos que o Óquei de Barcelos não ganhava este troféu. Devolver o Óquei de Barcelos aos títulos dá-me uma grande satisfação», concluiu o técnico português da equipa minhota.

Ricardo Ares: «Parabéns ao vencedor»

Por seu turno, Ricardo Ares, treinador do FC Porto, reconheceu o mérito do adversário. «Dou os parabéns ao OC Barcelos por esta conquista. Um título tem de se disputar com tudo e esta foi a diferença. Para ganhar jogos, ou dás 120% do que podes dar, ou então é muito complicado. É certo que controlámos bem defensivamente e não tivemos problemas desde o ataque, mas não podemos sofrer golos da maneira como sofremos.

O técnico espanhol acrescenta: «Cada jogo é uma história. É certo que estávamos em vantagem ao intervalo e tínhamos a oportunidade de levar a melhor. O nível de jogo foi semelhante, mas no jogo da semana passada fomos eficazes e pudemos ampliar o marcador. Esta equipa tem de dar mais e sou eu o máximo responsável desta derrota e desta equipa. Para conquistar um título, temos de dar muito mais».

Luís Querido: «Orgulho»

Luís Querido, capitão do OC Barcelos, fez a análise do jogo: «É sem dúvida um motivo de orgulho enorme para mim. Vi muitos patamares da história do clube e sonhei com esses momentos, de poder ser eu a levantar troféus. Depois do abalo do ano passado, em que estivemos sempre no ‘quase’, a perder por pequenos detalhes, começámos da melhor maneira a época, Antes do jogo, o ‘feedback’ de todos é que tinha sido uma semana positiva e que estávamos prontos para esta batalha. Fomos uns justos vencedores. O FC Porto é uma grande equipa e um sério candidato a vencer todas as competições. Soubemos sofrer e quem sabe sofrer merece chegar ao fim e ser recompensado».