A ‘Leoa de Lisboa’ Sofia Araújo é, afinal, águia de coração. Já representou os encarnados quando estes tinham secção de padel
Aos 25 anos, Sofia Araújo mudou-se de Lisboa para Madrid, e é por lá, entre a elite do padel, que está a escalar no ranking mundial. Hoje é a número 9 do mundo, mas quer chegar a número 1. Em Portugal, chegou a ter uma ligação ao Benfica, que, admite, gostava que pudesse voltar a acontecer, ou não fossem as águias o seu clube do coração, como revela em conversa com A BOLA.
- Teve uma ligação ao Benfica, quanto tempo é que durou?
- Acho que foram dois anos, dois anos que eu fui atleta do Benfica. Eu sou do Benfica e espero um dia voltar a jogar pelo Benfica.
- Mas neste momento o clube não tem secção. Acha que será importante também para a evolução da modalidade os grandes clubes criarem uma secção de padel e darem-lhe continuidade?
- Claro, sem dúvida! Os grandes clubes terem um desporto como o padel só dá visibilidade. Nós nunca jogamos por um clube, mas obviamente ter esses clubes grandes acho que seria uma vantagem.
- Tem contato com jogadores portugueses, apesar de estar a fazer o circuito internacional. Como é que tem visto o crescimento desses atletas?
- Eu fui a primeira portuguesa... Quer dizer, houve um português há muito tempo que foi lá para fora, que foi o Miguel Oliveira. Mas, raparigas, eu fui a primeira. Tive de estar a viver sozinha em Madrid, que também não foi fácil. E hoje em dia já há muitos portugueses em Madrid. Mesmo portugueses a treinar cá. E espero que haja cada vez mais portugueses. Acho que estamos no bom caminho. Há muitos miúdos a jogar, a Federação também tem tido um papel importante. E eu espero que continue nesse sentido.
Portuguesa de 29 anos é a n.º 9 do ranking mundial, mas só descansa quando for líder; Chegou a participar no Estoril Open como tenista, mas deixou a modalidade aos 19 anos
- O que falta para Portugal receber um torneio do circuito Premier?
- Nós já tivemos torneios do WPT. E acho que falta haver patrocinadores e consenso entre a Federação portuguesa e a Europeia. Acho que seria, sem dúvida, incrível. Até porque na altura que havia torneios cá, eu de vez em quando, chegava aos quartos de final. Ainda não tive a oportunidade de jogar cá, sendo uma das favoritas. Mas acho que vamos ter um torneio. Num futuro próximo. Vamos lutar para isso.
- Entretanto, vai continuar a fazer o torneio de Natal de família…
- [gargalhada] Com esse conto sempre. Os meus tios e primos dizem sempre que esse é o último torneio da minha época. Eu acabo o Masters no fim do ano e vou para o torneio da minha família. Há sempre um torneio lá para dia 23 ou 24 de dezembro. E não deixo de o jogar. Nós começámos esse torneio já há muito tempo. Fazíamos dois campos e hoje em dia temos cinco, seis campos. Todos a jogar e espero continuar. Porque é o meu torneio preferido do ano! Onde é que costumam fazer
- E quem é que ganha? A Sofia ou o seu irmão?
- [risos] Essa é uma pergunta difícil. Estamos sempre na luta. Mas jogamos esse torneio para nos divertirmos.
- Ele também já é jogador profissional..
- Sim, o meu irmão é jogador profissional. Tem jogado as prévias do Premier Padel. Está a dar alguns passinhos como os outros jogadores. Um dos meus sonhos também é tê-lo ao meu lado a jogar quadros principais.
Sofia Araújo saiu do país há quatro anos para perseguir um sonho. Hoje é a número 9 do mundo, mas quer chegar a número 1