Duas estreias, um bicampeão

Duas estreias, um bicampeão

BASQUETEBOL23.09.202300:04

Arranca este sábado a Liga Betclic 2023/24 com Benfica ausente por ir jogar a qualificação para a Liga dos Campeões. Competição com nova estrutura e menos jogos

Com o Benfica a surgir como bicampeão — algo que não acontecia desde 2013/14, quando o clube construía a caminhada para mais um tetra (2011/12-2014/15), e na principal competição do basquetebol masculino após o bi da Oliveirense (2017/18-2018/19), curiosamente também orientada pelos atual treinador das águias Norberto Alves —  este sábado, e após três meses de defeso, haverá bola ao ar no ansiado arranque da Liga Betclic 2023/24.

Jornada inaugural com todas as formações a atuarem no mesmo dia salvo os detentores do título e a Oliveirense. Embate adiado para 11 de outubro devido à presença dos primeiros em Antalya (Turquia) na 1.ª ronda de qualificação para a Liga dos Campeões, que acontecerá segunda-feira contra os georgianos do TSU Tbilisi.

São várias as novidades na Liga! Desde dois clubes estreantes no escalão máximo do basquete luso: Galomar, campeão da Proliga, e Portimonense (finalis); a treinadores que nunca tiveram que sentir a pressão de levar os seus conjuntos às vitórias a este nível. Mas há também a saída da tabela classificativa, devido à descida à Proliga, juntamente com o Sangalhos, de outro histórico da modalidade: CAB Madeira. 

Os insulares mantinham lugar cativo há 25(!) anos. Desde 1998/99, quando ainda havia a Liga Profissional (1995/96-2007/08) e tinham como adversários nomes como Estrelas da Avenida, Portugal Telecom, Seixal, Queluz… 

Facto que vem reforçar a Ovarense como a formação há mais temporadas ininterruptamente na Liga. Passaram a competir na então I Divisão a partir de 1979/80, depois de ganharem a II Divisão. De lá até hoje conquistaram cinco títulos, o primeiro em 1987/88 na famosa formação liderada por Luís Magalhães onde pontificava Mario Elie, mais tarde tricampeão da NBA, que interrompeu a hegemonia do Benfica de dez campeonatos ganhos em 11 épocas e que muito contribuiu para que a turma da Luz seja destacadamente a mais bem sucedida da prova, com 29 títulos, seguida por FC Porto (12), Sporting (9) e Carnide (7). 

Uma vez mais os Três Grandes são os principais e praticamente exclusivos candidatos ao cetro, valendo-se de orçamentos superiores apontados à presença nas competições europeias - Liga dos Campeões e Taça Europa -, que lhes permitem deter plantéis difíceis de superar, com múltiplas opções para cada posição numa prova que, ainda por cima, é decidida em play-off à melhor de cinco. Salvo grandes azares, não há hipótese! 

Taça Hugo dos santos renovada

Mas outra das novidades de 2023/24 está também na estrutura da competição, que sofreu uma pequena modificação. «O que mudou é que eliminámos a 2.ª fase. São dez jogos [para cada clube] que foram cortados do calendário da Liga», salienta Gil Cruz, diretor de competições da federação. 

«Em contrapartida, alterámos o modelo da Taça Hugo dos Santos, que agora inclui uma fase de grupos e em que todos os 12 clubes participam. Antes era composta por uma fase final com os quatro melhores do fim da 1.ª volta.  As equipas são divididas em dois grupos com base na classificação da época passada e os três primeiros de cada poule, seis, vão a uma fase final que acontece entre o termo da fase regular e o início play-off» vai explicando.  

«Há um redução global de cinco jogos que nos permite ter alguma flexibilidade para fazer ajustes quando for necessário, mas também retirar alguma sobrecarga às equipas, sobretudo as que estão nas competições europeias e que, felizmente, têm chegado cada vez mais longe e por isso têm mais jogos ao longo da temporada. Antes era quase impossível haver margem para esses ajustes», diz ainda o responsável pelas competições da FPB_desde 2022/23. 

E o que é que espera dessa alteração? «Por um lado que a Taça Hugo dos Santos seja uma prova mais apelativa e dinâmica, que dê maior possibilidade às equipas que habitualmente não chegavam a esses momentos estarem na fase final através desses cinco jogos da fase de grupos». 

«Já concretamente na Liga, o facto de haver menos jogos na fase regular significa que cada encontro seja mais importante, conte mais para a classificação e para o apuramento para o pay-off. Com esta redução perder um ou dois jogos pode passarc a implicar um salto grande na tabela classificativa, o que não acontecia tanto na temporada passada. Espera-se que a competitividade e o interesse de cada encontro e jornada seja maior por causa disso», salienta Gil Cruz. 

E o que é que ainda não existe na Liga que gostaria de vir a ter? «[risos] Isso é uma lista de desejos… Bem, ter estruturas mais profissionais a acompanhar as equipas. Para já era só isso, mas posso dar-lhe uma lista muito maior…», brinca.  Tendo isso acredito que teríamos mais condições de ter pavilhões mais modernos, mais atletas próximos de serem profissionais… Essa estrutura iria despoletar uma série de outras coisas que trariam maior qualidade e sustentabilidade à Liga», garante. 

E vê essa ambição ainda longe de ser concretizada? «Sim, ainda será necessário dar alguns passos. Não será no futuro imediato, mas têm havido alguns bons contributos, quer da federação como de patrocinadores, para se chegar lá. Mas fora dos Três Grandes, que possuem outro tipo de capacidades, muitos dos restantes ainda estão um pouco num nível abaixo em termos de staff, capacidade, meios tecnológicos, patrocinadores… 

Liga Betclic

1.ª jornada * hoje

Lusitânia-Imortal   15.00h

Pavilhão Municipal de Angra do Heroísmo

CD Póvoa- FC Porto     15.00h

Pavilhão CD Póvoa, na Póvoa de Varzim

Sporting-Galomar 15.00h

Pavilhão João Rocha, em Lisboa

Portimonense-Esgueira 17.00h

Pavilhão da Boavista, em Portimão

V. Guimarães-Ovarense       17.30h BolaTV

Pavilhão Unidade Vimarenense, em Guimarães

Benfica-Oliveirense      11 outubro