A Liga de basquetebol já não começa esta noite por decisão dos clubes. Em causa está o atraso no processo dos jogadores norte-americanos, que são mais de metade dos cerca de 60 estrangeiros a atuar em Portugal. Liga feminina vai realizar-se conforme programado.
O arranque da Liga de basquetebol, agendado para esta noite, foi adiado, depois de os clubes terem decidido por unanimidade não comparecer aos jogos, devido a atrasos na documentação dos atletas estrangeiros.
Em causa estão os processos dos atletas americanos que são cerca de 40 dos 60 estrangeiros na Liga Betclic masculina. Apenas Sporting e Queluz terão, até ao momento, os processos concluídos com sucesso, segundo apurou A BOLA.
Até este ano, a famosa 'manifestação de interesse' dos estrangeiros era suficiente para agilizar o processo. Com o fim dessa opção, os atletas passaram a ter de passar pelo processo normal que passa pelos vistos nas embaixadas.
Antecipando o problema, as principais federações criaram um protocolo com a AIMA, porém, duas novas questões se colocam. Para as autorizações é necessário um registo criminal certificado, que, no caso dos Estados Unidos, pode demorar mais de duas semanas a chegar e, por outro lado, a resposta prevista da AIMA de dois dias não está a conseguir ser cumprida.
Perante isto, os clubes da Liga vivem situações desiguais no que diz respeito ao número de atletas disponíveis para o arranque do campeonato, com, por exemplo, Sporting e Queluz a terem os seus plantéis disponíveis, enquanto FC Porto e Benfica, por exemplo, ainda têm processos pendentes.
Os 12 clubes da primeira divisão pediram e a Liga aceitou o adiamento da primeira jornada, reconhecendo a desigualdade criada pela burocracia no processo de autorização de estrangeiros
No comunicado conjunto emitido pelos 12 clubes, pode ler-se: «Apesar de tudo terem feito para dar cumprimento às regras estabelecidas no Protocolo celebrado entre a AIMA e 5 Federações (incluindo a de Basquetebol) relativo à agilização de procedimentos para a concessão de autorização de residência a atletas estrangeiros, o certo é que o contexto próprio do Basquetebol (com a grande maioria dos jogadores estrangeiros a ser proveniente de um país – Estados Unidos da América – cuja emissão dos documentos necessários é extremamente morosa), bem como inúmeras dificuldades de índole prática sentidas pelos Clubes no tratamento dado pela AIMA aos vários processos submetidos (tratamento diferenciado para situações iguais, demora na resposta, entre várias outras situações anómalas cujo detalhe é do conhecimento da FPB e das Autoridades competentes) conduziram a que os Clubes estejam, no arranque do campeonato, em situações muito díspares no que concerne aos atletas estrangeiros com autorização para competir. Atletas estrangeiros esses, nalguns casos, há várias semanas em Portugal e, como tal, na folha salarial dos Clubes.»
Clubes emitiram comunicado conjunto e revelam atrasos na documentação dos atletas estrangeiros. Leia aqui
A Liga feminina vai começar conforme agendado, não só porque tem menos atletas estrangeiras, como menos norte-americanas.