Campeões mundiais questionam critérios do Presidente da República
Iuri Leitao ciclista campeão do Mundo de pista em elites (PAULO SANTOS/ASF)

Campeões mundiais questionam critérios do Presidente da República

MODALIDADES16.11.202323:57

O ciclista Iúri Leitão e os canoístas João Ribeiro e Messias Baptista falam sobre as receções no Palácio de Belém

O ciclista Iúri Leitão, campeão mundial de omnium, e os canoístas João Ribeiro e Messias Baptista, ouro no K2 500 metros dos Mundiais de Duisburgo, mostraram o seu desânimo em relação aos critérios do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para receber atletas no Palácio de Belém.

«Como já tive a oportunidade de dizer anteriormente, se vier a ser recebido, acho que já é bastante tarde. Tenho todo o gosto em lá ir, se um dia for convidado pelo Presidente da República. Mas acho que já vai bastante tarde, uns anos atrasado», afirmou o primeiro ciclista português a sagrar-se campeão mundial na pista em elites, citado pela agência Lusa, 

Iúri Leitão falou ainda sobre as visitas da seleção feminina de futebol e da seleção de râguebi a Marcelo Rebelo de Sousa.

«Senti que eles mereceram, tal como eu devia ter merecido ir. Acho que o Presidente faz bem em destacar os desportos que estão a crescer, e que se têm popularizado muito no país. Por vezes, nem sempre o resultado é o mais importante, mas a dedicação de atletas que muitas vezes nem são profissionais… Estarem presentes em campeonatos do mundo é muito louvável», acrescentou.

Sem direito a receção no Palácio de Belém ficaram também os canoístas João Ribeiro e Messias Baptista.

«O mais triste é a falta de critério que há. Não é por ser o João, o Messias, ou o Fernando [Pimenta], é a falta de critério que há para receber uma distinção do senhor Presidente da República», referiu João Ribeiro, relembrando que Fernando Pimenta foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa, em outubro, no mesmo dia em que a seleção de râguebi foi condecorada.

O porta-voz da dupla campeã mundial em K2 500 metros garantiu, em todo o caso, que não querem «fazer pressão sobre ninguém». «Nem queremos ser recebidos por estar a falar sobre isso. Queremos ser recebidos quando assim o entenderem», concluiu.