Ângelo Girão desejava melhor despedida da Seleção: «Não consegui aguentar-me!»
Guarda-redes de 35 anos foi homenageado em Novara, mas não resisitu à emoção e foi substituído ainda no primeiro minuto do jogo em que Portugal perdeu o 3.º lugar do Mundial para Itália (2-3)
Antes do jogo Portugal-Itália, de atribuição dos terceiro e quarto lugares do Campeonato do Mundo, que os transalpinos venceram por 3-2, houve homenagem ao guarda-redes Ângelo Girão, que representou pela última vez a seleção nacional. O hoquista, de 35 anos, foi saudado por colegas de equipa e adversários, sob uma ovação, de pé, do público que encheu o Pala Igor de Novara.
No final da partida, Girão, que fecha o ciclo na Seleção Nacional com 122 internacionalizações, e um Mundial conquistado (2019), admitiu não era a despedida que ambicionava. «Ontem [sábado] foi duro, foi muito duro, não estava preparado psicologicamente para perder aquele jogo contra a Espanha [nas meias-finais]. Acho que nenhum de nós estava, mas eu, por ser o último, pus muitas esperanças e pus muito de mim nesta caminhada para que corresse tudo bem. E hoje a queda foi brutal», começou por afirmar o guarda-redes do Sporting.
«Não consegui no balneário [antes do jogo] aguentar-me. Quebrei claramente e penso que isso também pode ter sido um fator de perturbação para a equipa, porque tínhamos um jogo importante. Ainda tentámos durante o jogo o tudo por tudo, mas infelizmente não conseguimos. Aquilo que queríamos era estar na final. Este jogo era muito difícil de disputar, mas sabíamos que estava uma medalha em jogo, e falhámos claramente. Tanto o objetivo de ontem como o de hoje», contou Girão.
«O balanço ao serviço da Seleção é positivo quando se ganha títulos. Não ganhámos tantos títulos como aquilo que nós desejávamos. Ainda ontem comentámos que estivemos em demasiadas finais, estivemos demasiadas vezes perto de ganhar, e não conseguimos. E a culpa não pode ser sempre de fatores alheios. Esta geração teve mais do que oportunidades para ganhar e por alguma coisa não conseguimos. Se olharmos sempre para o fator sorte, para o fator árbitro e para todas as outras condicionantes, estamos aqui a tapar o sol com uma peneira. Acho que esta geração tinha mais do que qualidade para ganhar mais títulos. Fica um amargo de boca, pelo menos para mim, agora que acaba esta viagem, porque devíamos ter conquistado mais títulos».