Ciclismo Tour: Vitória para Asgreen ao ‘sprint’ em Bourg-en-Bresse
Um erro de cálculo da Alpecin-Deceuninck, equipa neerlandesa que esteve sempre na cabeça do pelotão, nunca perdeu de vista os fugitivos (trio que passou a quarteto) do dia, mas que nos derradeiros metros falhou nas contas, possibilitou a primeira vitória de Kasper Asgreen (Soudal Quick-Step), dinamarquês de 28 anos, na Volta a França.
Vingegaard e Pogacar chegaram no pelotão, Nelson Oliveira e Rui Costa perderam 50 segundos e 1.16 minutos, respetivamente.
«Significa tanto [referindo-se ao triunfo na etapa]. Com o período difícil que tive no ano passado, após a minha queda na Volta à Suíça, e de ter de abandonar o Tour … Foi um longo caminho», assumiu Asgreen, que deu a primeira vitória neste Tour à Soudal Quick-Step, que já vai em 50 e nas últimas 11 edições conquistou sempre triunfos em etapas.
Após as emoções fortes dos dias anteriores que praticamente empurraram Vingegaard para a segunda vitória seguida na Volta a França, o dia de hoje foi bem mais calmo, mas começou com baixa de peso: Wout van Aert (Jumbo-Visma) manteve a promessa de abandonar a prova para assistir ao nascimento do seu segundo filho.
De volta à estrada, após a partida real, Asgreen, Abrahamssen e Campenaerts, saltaram para a frente da corrida, mas nunca conseguiram uma margem próxima dos dois minutos.
Numa atitude incompreensível, o pelotão, em particular a Alpecin-Deceuninck, parecia brincar ao gato e ao rato com os fugitivos, mantendo-os por perto, a um minuto ou menos. A 58 km da meta, Pascal Eenkhoorn, que já tinha tentado juntar-se aos fugitivos, iniciativa impedida por Jasper Philipsen — «Não quis ser mau ou arrogante, apenas não quis mais ciclistas na frente» —, justificou o belga —, apanhou o trio da frente.
O quarteto, com dois roladores de peso, Asgreen e Campenaerts, foi aguentando a perseguição do pelotão e Asgreen, a 200 metros da meta, sprintou para a vitória.
«Foi um contrarrelógio por equipas. Realmente, não teria conseguido sem o Pascal, o Victor e o Jonas [seus companheiros de fuga], todos estiveram excelentes. Para ser honesto, todos merecíamos ganhar com o trabalho que fizemos», salientou o vencedor da etapa.
Quem agradeceu o dia de folga foi o camisola amarela Jonas Vingegaard e também o seu vice na classificação geral, Tadej Pogacar, que revelou ter ficado emocionado com o apoio recebido ontem após a capitulação da antevéspera, no contrarrelógio, e da véspera, dupla jornada na qual perdeu 7.25 minutos (estava a 10 segundos, agora está a 7.35 minutos) para o dinamarquês de 26 anos, cada vez mais perto de chegar a Paris de amarelo.