Tomás esvazia pressão
Líderes, Fernandes e Teresa Bonvalot, continuam no Ericeira Pro. Aos 28 anos assume estar numa boa fase. Venceu duas etapas
A decisão dos títulos nacionais de surf pode ficar intimamente associada ao Allianz Ericeira Pro, 3.ª etapa da Liga MEO Surf, a decorrer até domingo em Ribeira d’Ilhas, Ericeira.
Para já, os líderes do ranking, Tomás Fernandes e Teresa Bonvalot, superaram o primeiro teste na jornada de arranque da prova. No heat 9 da ronda 1, o surfista do Ericeira Surf Club passou em primeiro com distinção ao contabilizar a melhor onda do dia (7,65 pontos) e um score combinado de 13,75 pontos (7,65+6,00), a segunda maior pontuação de ontem. Teresinha, atleta do Sporting, no heat 3, somou a onda mais pontuada (6,50 pts) e o melhor score (12,50).
«Estou a passar uma boa fase, não só a nível profissional, mas também pessoal, o título já me escapa há bastantes anos e quero tê-lo no meu currículo» sublinhou Tomás Fernandes em conversa com A BOLA. «Após ter ganho duas etapas, na Figueira e no Porto, fica mais perto de o poder conquistar», assumiu, garantindo estar «com uma motivação extra e bastante vontade de ganhar», reforçou.
Aos 28 anos, este decano do circuito que atribui os títulos nacionais, pese embora não saiba o exato ano em que começou a competir — aponta 2011 como a primeira época —, vencedor de cinco etapas da Liga MEO ao longo da carreira, duas na presente temporada, outras tantas na Ericeira (2013 e 2019) e uma no Porto (2019), garante não lhe pesar nos ombros a responsabilidade da licra amarela Go Chill.
«Não estou com qualquer tipo de pressão, para ser sincero. É claro que penso nisso, mas é algo que tento que não me afete, porque no final do dia são apenas resultados, não me vai definir como surfista, nem como pessoa», atirou o vice-campeão de 2019, ano em que venceu duas etapas.
A competir em casa, o surfista do Ericeira assume um «carinho muito especial» pela praia de Ribeira d’Ilhas. «Foi onde aprendi a surfar e passei mais da metade da minha vida. Lembro-me de sair da escola, os meus pais deixarem-me o material lá e passava o resto do dia a surfar e aos fins de semana nem sequer ia à casa, era o dia todo, das sete da manhã até às 9 da noite, enfiado naquela praia», recordou.
À margem da luta pelo primeiro título da 1.ª Divisão, Tomás Fernandes deixou expresso projetos prontos a sair da gaveta. «Continuo como profissional de surf, tenho os meus patrocínios, é a minha maior fonte de rendimento, trabalho também numa corretora de seguros, mas tenho projetos em paralelo e quero abrir a minha escola de surf e já tenho o esboço todo feito», finalizou.