Filipa Martins reconhece o orgulho em ir viver um momento que vai ter os olhos de todo o mundo em cima
O primeiro Mundial de ginástica artística da portuguesa Filipa Martins foi o mesmo no qual se estreou uma tal de Simone Biles. A atleta da Maia vai agora participar num dos eventos mais aguardados de Paris 2024, pela competição entre a melhor ginasta de todos os tempos e a brasileira Rebeca Andrade.
- Vai estar numa das competições mais aguardada destes Jogos Olímpicos: a final da competição entre a Simone Biles e a Rebeca Andrade. Isso diz tudo sobre o feito que alcançou…
- Sim! Como digo a muita gente, tive o privilégio de conseguir competir na Era da Simone [Biles]. O meu primeiro campeonato de mundo foi o primeiro campeonato do mundo dela. E consegui fazer o meu percurso ao alto nível, em campeonatos do mundo, sempre com ela a competir. E poder viver isso de perto é incrível. Imagina, agora poder competir nos Jogos Olímpicos na final com ela, também vai ser incrível. Tenho a certeza de que o ambiente ainda vai ser melhor e com mais êxtase do que na qualificação.
- É competir ao lado e contra uma lenda…
- Mesmo! É um orgulho também para nós atletas, conseguir ter ao alguém que é uma referência. Competir com ginastas fora de série, completamente astronómicas.
Dois dias depois de ter alcançado um feito histórico, ao tornar-se na primeira ginasta a atingir uma final de all-around de artística, Filipa Martins fala em exclusivo com A BOLA sobre como viveu os últimos dias.
- Como especialista, quem é que chega mais forte?
- Vai depender muito como correr. Mas a Simone tem ali uma margem que mais nenhuma atleta tem, em termos de dificuldade. No geral, torço por todas as ginastas e que cada uma consiga os objetivos que tem. Porque nem sempre os objetivos são ganhar a alguém. Muitas vezes, são os nossos objetivos pessoais e a nossa inspiração. Às vezes as pessoas pedem medalhas, ou lugares e nós às vezes conseguimos competir um dia depois de estarmos muito mal, com dores ou lesões. e para nós isso já foi a nossa medalha. Estar na final é a minha maior medalha por isso, não ligo muito ao resto.
- Com tantos anos de competição com a Simone Biles, como é a vossa relação?
- Chegar à equipa dos EUA é sempre um bocadinho difícil [risos]. Até porque é muita gente que quer chegar e os treinadores tentam protegê-la sempre ao máximo. Falar diretamente com ela, nunca falei. Nos Jogos de Tóquio tive o privilégio de estar na mesma subdivisão que os EUA, por isso acabei por ver um bocadinho as rotinas delas, fazer com elas os treinos antes das competições… É sempre bom viver outra realidade. falar diretamente com ela é sempre um bocadinho mais difícil mas já tirei uma ou outra foto [risos].