Rodrigo e a conquista do bronze: «Fiz um estrangulamento, infelizmente ele desmaiou»

Rodrigo e a conquista do bronze: «Fiz um estrangulamento, infelizmente ele desmaiou»

JUDO11.11.202308:44

Judoca do Benfica contou como foi a vitória que lhe garantiu a subida ao pódio no Grand Slam de Perth, na Austrália, falou dos problemas que o têm afetado e que esta foi a última competição que realizou em 2023 para se preparar para as exigências do ano olímpico.

«Estou muito desgastado porque vim depois de duas competições praticamente seguidas, o Grand Slam de Abu Dhabi e o Europeu de Montpellier, e para chegar a Perth foram 8 horas até ao Dubai e mais 10 até à Austrália. Já nem sei a que horas e dia ando, mas no fim de tudo valeu a pena ter apostado nesta prova», declarou Rodrigue Lopes (-60 kg) a A BOLA após ter conquistado o bronze no Open Oceânia de Perth.

Êxito garantido ao vencer o australiano Joshua Katz (35.º ranking) no combate para o último degrau do pódio, ganho por ippon. «Foi uma luta muito dura que chegou aos 3m do golden score e em que lhe fiz um estrangulamento. Infelizmente ele desmaiou», lamentou Rodrigo, de 27 anos, que já na primeira luta da repescagem despachara o maltês James Zahra (158.º) por estrangulamento, mas em que este desistiu a tempo.

Apesar de ser uma prova apenas de nível continental, o Open de Perth teve atribuição de pontos por parte da FIJ como se tratasse de um grand prix do Circuito Mundial o que permitiu que o judoca do Benfica, atual 34.º do ranking, amealhasse 350 pontos para o ranking de qualificação olímpica, onde é 37.º, e no qual deseja reentrar no lote de apurados para os Jogos de Paris-2024. Razão pela qual foi ao outro lado do mundo com a treinadora Ana Hormigo e a fisioterapeuta do clube Teresa Torres.

Isento da ronda inaugural, depois de ter ultrapassado o alemão  Maximilian Heyder (101.º) por wazari, «já tinha perdido com ele em 2019, no primeiro ano em que passei a competir por Portugal», a única derrota do dia aconteceu nos quartos de final com o atleta de Taipé Chong-You Lin (65.º), que viria a perder na final para o compatriota Yung Wei Yang (4.º). 

CAMINHO PARA O BRONZE

Isento da 1.ª ronda
Maximilian Heyder (Ale, 101.º) vitória por wazari
Chong-You Lin (Tpe, 65.º) derrota por ippon
James Zahra (Mlt, 158.º) vitória por ippon
Joshua Katz (Aus, 35.º) vitória por ippon

Pódio -60 kg: 1.º, Yung Wei Yang (Tpe); 2.º, Chong-You Lin (Tpe); 3.º, Rodrigo Lopes (Por) e Michel Augusto (Bra).

«Já cá tinha vindo em 2020 e não havia corrido muito bem, foi bom que desta vez tenha acabado de maneira diferente e que agora tenha melhores recordações da Austrália, um país de que gosto bastante. Estou feliz!», exclamou Rodrigo. 

«O que mais custou na prova foi mesmo a parte emocional. Tenho enfrentado muitas vezes esse problema e não vinha a ter bons resultados. Por vezes, parece que as coisas não vão bem, por isso a prova foi boa para ajudar a levantar a cabeça e para continuar a trabalhar de forma a que tudo continue a resultar, a treinar e a acreditar que, no final, vai resultar», reforçou Lopes que, em Perth, competiu pela última vez esta temporada já que, em dezembro, não irá ao Grand Slam de Tóquio. Etapa que fecha o Circuito Mundial de 2023. 

«Não, não irei ao Japão. Esta foi a minha competição. Optámos por este plano porque tem sido muito desgastante e o início da próxima época serão meses muito intensos. Por isso o melhor é ficar em casa a treinar para entrar em boas condições no ano olímpico tempo. Agradeço muito que a Ana [Hormigo], que partiu para a Austrália no mesmo dia em que havia chegado do Europeu de Montpellier, me tenha acompanhado. Também deve estar muito cansada, mas foi importante que estivesse ao meu lado. É outra das pessoas que me têm apoiado bastante desde que cheguei a Portugal. E nessa altura ainda nem eramos do mesmo clube», concluiu Rodrigo.