Quem é Diogo Ribeiro? O perfil do diamante da natação portuguesa

Natação Quem é Diogo Ribeiro? O perfil do diamante da natação portuguesa

NATAÇÃO12.02.202417:04

ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE A 25 DE JULHO DE 2023

Diogo Ribeiro sagrou-se campeão do mundo de mariposa 50 metros. O nadador português voltou a fazer história: depois de ter conquistado prata, venceu agora o ouro. (artigo publicado originalmente a 25 de julho de 2023).

Pouco mais de dois anos de sucessos atrás de sucessos, desde o final da sua primeira época de júnior Diogo Ribeiro tem vivido uma meteórica ascensão na natação nacional e internacional, com subidas ao pódio nas mais importantes competições. Não se pode dizer que Diogo, natural de Coimbra, fosse um desconhecido desde os mais jovens escalões de formação porque, para aqueles que regularmente andam nos cais das piscinas, há muito que era uma referência e séria promessa. Há quem diga até que, de certa forma, alvo de cobiça. Acompanhando a irmã mais velha, desde muito cedo que as visitas à piscina passaram a ser um hábito quase diário depois de ter perdido o pai aos 4 anos. Até por desejo da mãe para o manter ocupado e desejando que ficasse mais concentrado.


Depois de ter passado pelas escolas de natação da Fundação Beatriz Santos e mais tarde pelo Náutico Académico, de onde saiu com o treinador André Vaz para entrar no União de Coimbra, após um desentendimento entre os dois que levou à separação, acabou por ser sob a orientação de Vítor Raposo que subiu ao primeiro grande pódio internacional, sagrando-se vice-campeão da Europa júnior dos 100 mariposa em Roma-2021. Semanas antes do já muito falado - nunca esquecido pelo próprio - acidente de moto. Nesse verão acabaria por mudar para o Benfica e integrar o CAR Jamor sob a orientação do recém-contratado selecionador nacional de palmarés invejável, o luso-brasileiro Alberto Silva.


Levou tempo, já depois da passagem de ano, para que se adaptasse à vida em Lisboa e às exigências do novo técnico, mas os resultados explodiram nos Nacionais de primavera em Coimbra nos quais bateu, por duas vezes - eliminatórias e finais -, os máximos absolutos dos 100 livres, 50 mariposa e 100 mariposa.


Quatro meses depois ganhava os 50 mariposa nos Jogos do Mediterrâneo Oran-2022 e a prata nos 100 livres, e a seguir voltava a Roma, desta vez para disputar o Europeu absoluto onde garantiu, ainda com 17 anos, o bronze nos 50 mariposa. Na altura apenas o terceiro pódio de sempre de Portugal no evento. Passado menos de um mês, no Peru, sagrava-se tricampeão mundial júnior em Lima-2022 nos 50 livres e 50 e 100 mariposa, cometendo ainda a proeza de se tornar recordista do mundo do escalão (22,96) nos 50 mariposa. Já esta época tornou-se no primeiro português a obter três mínimos olímpicos A para uma única edição do Jogos, o que lhe permitrá disputar os 50 e 100 livres e 100 mariposa em Paris-2024.

Agora, no Mundial de Fukuoka, aos 18 anos e na primeira época de sénior, estreou-se em campeonatos do mundo absolutos com a inédia prata nos 50 mariposa, tonando-se no terceiro português a estar numa final depois de Alexandre Yokochi em Madrid 1986 e Ana Barros nos 50 costas em Perth-1991. Dotado de uma capacidade natural invejável e uma vontade única e fácil e rápida aprendizagem, refira-se ainda que nas duas últimas épocas Diogo Ribeiro já estabeleceu 16 (!) recordes nacionais absolutos: o de 50 mariposa seis vezes; 100 mariposa outras quatro; 100 livres cinco; e dos 50 livres uma.