Volta a Espanha Portugueses brilhantes na Vuelta: de Agostinho a Almeida
Entre os seis corredores portugueses que hoje iniciam a Volta a Espanha, João Almeida, Rui Oliveira (UAE Emirates), Rui Costa (Intermarché-Wanty), Nelson Oliveira, Ruben Guerreiro (Movistar) e André Carvalho (Cofidis), este último é o único estreante e o 166.º luso a participar na corrida desde a sua edição de 1945, a quinta da competição e a primeira com ciclistas de Portugal.
Nesse ano, marcaram presença na Vuelta, pela Seleção Nacional, João Rebelo (6.º da classificação geral), Júlio Mourão (17.º), Aniceto Bruno (23.º), Império dos Santos (25.º) e os desistentes Francisco Inácio, Eduardo Lopes, João Lourenço e Jorge Pereira.
André Carvalho, de 25 anos, a cumprir a terceira temporada na equipa francesa, faz igualmente a estreia em grandes voltas. «Estou com muitas ilusões e bastante expetativa de correr uma grande Volta, um sonho que acalentava há muitos anos», começou por afirmar o famalicense. «Vai ser uma corrida muito dura, com muita montanha, que não é a minha especialidade, mas tentarei dar o meu melhor para justificar esta convocatória. Estou pronto para a luta, trabalhando para o coletivo e preparar as chegadas para Davide Cimolai e Bryan Coquard nas chegadas ao sprint, que até não vão ser muitas», explicou o corredor português, que termina o contrato com a Cofidis no final do corrente ano.
«Nas últimas semanas mantive uma atividade intensa. Corri a Boucles de La Mayenne, uma corrida com prólogo e três etapas em França, quatro clássicas na Bélgica, duas em Espanha e uma na Alemanha e ainda os Mundiais. Tenho 38 dias e cerca de 5700 km de competição, que me permitem chegar à Vuelta com índices físicos bastante interessantes», afirmou a A BOLA o ciclista da Cofidis.
Nelson Oliveira já venceu
Joaquim Agostinho (BIC) é o corredor português com a melhor posição na classificação geral de sempre na Vuelta, a segunda na edição de 1974. Segue-se Ribeiro da Silva (Seleção de Portugal), com o quarto lugar em 1957 e João Almeida (UAE Emirates), com o quinto em 2022.
Ao topo, os portugueses venceram onze etapas, com destaque para os três triunfos de Joaquim Agostinho, dois pela BIC em 1974 e um ao serviço da Teka em 1976, ano em que envergou a camisola de líder em cinco etapas. João Rebelo (Iluminante) ganhou duas etapas na edição de estreia da representação lusa, em 1945; e João Lourenço (Sporting) também com duas vitórias em 1946.
Nelson Oliveira é o único corredor na edição de 2023 que já venceu na Vuelta, uma etapa em 2015, pela equipa Lampre-Merida. O ciclista da Movistar, de 34 anos, é ainda o português com o maior número de presenças na prova, com nove, seguido de Sérgio Paulinho com oito.
«Creio que estou numa boa condição física e como em todas as outras grandes voltas vou dar o meu melhor em benefício dos objetivos da equipa», assumiu Oliveira, que se estreou na corrida espanhol há 12 anos. «Corremos em casa e é sempre a corrida da nossa equipa, e esperemos que comece bem. Creio que vai ser uma Vuelta bastante competitiva, basta olhar para os nossos adversários, mas temos uma excelente equipa», considerou o experiente corredor.
Guerreiro quer esquecer Tour
A defender as mesmas cores de Nelson Oliveira, o compatriota Ruben Guerreiro, na segunda participação, depois da estreia em 2019 com o 17.º lugar à geral, ao serviço da Katusha.
«Depois do Tour e dos Mundiais para esquecer, estou mentalizado para realizar uma boa Volta a Espanha. Agrada-me o percurso montanhoso e desafiante. O objetivo passa por vencer uma etapa e ajudar Enric Mas a lutar pelos lugares do pódio, num pelotão que não é em nada inferior ao da Volta a França», confidencia a A BOLA, o corredor de Pegões, de 29 anos, que acumulou esta temporada, até ao início desta Vuelta, 50 dias e cerca de 8500 km de competição.
Rui Costa (2107 e 2020) e Rui Oliveira (2020 e 2021) arrancam para a terceira participação. Veterano da Intermarché-Wanty, de 36 anos, com o 43.º lugar como melhor classificação (2017) e o ainda jovem, de 26, da UAE Emirates, com o 74.º (2021).