Maratona do Porto regressa a Gaia, ainda com o recorde de 2022 em suspenso
O traçado da Maratona do Porto volta a atravessar a Ponte D. Luís I (Facebook Maratona do Porto)

Maratona do Porto regressa a Gaia, ainda com o recorde de 2022 em suspenso

ATLETISMO26.10.202316:30

Título e máximo da prova conseguidos por James Mwangui não foram homologados devido a um teste positivo do queniano

Quatro anos depois, a Maratona do Porto volta a cruzar a ponte e a incluir Vila Nova de Gaia no traçado. O anúncio foi feito durante a apresentação da 19.ª edição, que decorreu no Salão Árabe do Palácio da Bolsa.

«Foi assim que a prova nasceu e acho que é assim que tem de perdurar. A maratona do Porto não é a mesma coisa ao não atravessar a Ponte D. Luís I, embora tenhamos tido experiências extraordinárias, nomeadamente com Matosinhos. Agora, de facto, unir estas três cidades através da Ponte D. Luís I será outra coisa», defende Jorge Teixeira, citado pela agência Lusa.

À margem da apresentação, o diretor-geral da Runporto revelou ainda que a homologação da vitória e do recorde conseguidos por James Mwangui em 2022 ainda não foi feita, uma vez que o queniano foi suspenso por doping, mas recorreu do castigo.

Mwangui testou positivo a norandrosterona a 21 de dezembro de 2022, ele que tinha estado suspenso por doping pela Unidade de Integridade do Atletismo (UIA) entre 2017 e 2021.

De resto, na vertente feminina houve igualmente desqualificação da primeira atleta que cortou a meta, no caso, a também queniana Alice Jepkemboi Kimutai, que acusou testosterona.

«A verdadeira vencedora passou a ser Vanessa Carvalho. Fizemos uma homenagem na sua terra natal, em Famalicão, aquando da apresentação da meia-maratona local. A Alice Kimutai foi castigada. Isto só demonstra que a maratona do Porto pesa e quer a verdade desportiva. Ela foi controlada aqui e estava limpa, mas já tinha dado positivo dois meses antes da data. A World Athetics informou-nos que tínhamos de a desclassificar», explicou Jorge Teixeira.

Quanto aos participantes para este ano, os atletas africanos voltam a marcar presença em peso, mas o responsável pela prova defende que não são os únicos com objetivos altos que vão correr nas ruas do Porto.

«Não são só os africanos que estão a tentar fazer mínimos [de qualificação para os Jogos Olímpicos Paris2024], mas também os portugueses, dentro das possibilidades. Acho que a maratona do Porto é a única em Portugal na qual isso pode acontecer. Os africanos são os atletas que nos dão garantias de boas marcas. Não se pode abdicar deles e, por isso, temos de os ter. Este ano vamos ter uma vez mais um lote de altíssimo gabarito. Depois, é abrir o melão no próprio dia e ver se está bom», receita.

Abraham Biwott, Moses Mwarur, Simion Tarus, James Korir e Emmanuel Kemboi, do Quénia, os etíopes Alemu Gemechu, Dereje Aduagna, Ashenafi Boja e Debelu Edae Boka, o norte-americano Afewerki Zeru e o espanhol Daniel Mateo são os principais nomes anunciados no masculino.

Já a queniana Mildred Chepkemei, as etíopes Sinke Dessie e Genet Habela Abdurkadir e a australiana Melissah Gibson emergem no setor feminino.

Do contingente nacional destacam-se as presenças de Carlos Costa (Vizela Corre), sexto classificado em 2014, José Sousa (São Salvador do Campo), oitavo em 2019 e sexto em 2022, Fábio Oliveira (Guilhovai) e Hermano Ferreira (Escola Atletismo Coimbra), nono em 2019, bem como Mónica Silva (Salgueiros) e Laura Silva, quarta na geral feminina do ano passado.