Colin Stussi vence Volta a Portugal!

Volta a Portugal Colin Stussi vence Volta a Portugal!

MAIS DESPORTO20.08.202321:29

Osuíço Colin Stussi (Vorarlberg) sagrou-se, com total merecimento, vencedor da 84.ª Volta a Portugal, sucedendo ao seu compatriota Fabian Jeker, o primeiro helvético a conquistar a corrida em 2001. Numa corrida emotiva e bem disputada, Stussi mostrou-se o mais forte em todos os terrenos. Chegou à liderança à sétima etapa, com uma vitória no alto da Serra do Larouco que culminou três dias consecutivos dentro dos sete melhores das tiradas, abrilhantados ainda pelo segundo lugar na Torre, sétimo na Guarda e terceiro ontem no contrarrelógio final,  apenas batido pelos especialistas Txomin Juaristi (Euskatel), o vencedor, e Mauricio Moreira (Glassdrive).

O trepador, natural de Glarus, de 30 anos, 1,87 metros e 68 kg, para muitos um ilustre desconhecido à partida para esta Volta, demonstrou que sabia bem ao que vinha – não foi estreante, participou na edição de 2018 ao serviço da equipa Amore&Vita, tendo sido forçado a desistir após queda na etapa da Sra. da Graça, quando ocupava a 7.ª posição da classificação geral – e dispôs de uma equipa igualmente coesa e formada ao seu redor, que estudou os principais adversários e estabeleceu estratégias sensatas e eficazes.

Apesar de há duas temporadas sem resultados de destaque, o declínio profissional já tinha sido travado antes da surpreendente vitória na Volta a Portugal, com o 12.º lugar na Volta à Eslovénia, o que levou a que fosse referido por alguns diretores desportivos de equipas portuguesas. De qualquer modo, Stussi, ainda antes de se consagrar ontem, já tinha admitido o seu espanto pelo seu desempenho na prova lusa.   

Não existiram, pois, melhores argumentos por parte dos adversários de Stussi e da sua Vorarlberg. Corredores e equipas portugueses e espanhóis renderam à superioridade dos vencedores – ainda que a lusa Glassdrive-Q8-Anicolor tivesse conquistado a classificação coletiva -, num pelotão em que a regularidade e igualdade de valores foi uma constante, diferente das situações deploráveis dos últimos anos, deixando de haver vitórias anunciadas. Situação a que não foi alheio o combate ao doping, com a implantação do passaporte biológico num acordo entre a ADoP, Federação Portuguesa de Ciclismo e as nove equipas Continentais. E a prova foi que em etapas de grande dificuldade, como as da Torre, Guarda e Sra. da Graça, o cenário competitivo foi díspar do passado recente.

Além da vitória incontestável de Colin Stussi, referências para o espanhol Txomin Juaristi (Euskatel), segundo à geral após a vitória no contrarrelógio, ontem, em Viana do Castelo. António Carvalho (ABTF-Feirense) foi o melhor português, repetindo o terceiro lugar do ano passado, enquanto a 6.ª posição de Henrique Casimiro (Efapel) premeia um dos corredores mais combativos do pelotão.

Na Montanha, o triunfo de César Fonte (RP-Boavista) é incontestável, tal como o talento e promessa de futuro risonho de Afonso Eulálio (ABTF-Feirense), apesar de ter perdido a camisola da juventude neste último dia, no contrarrelógio. Triunfo imaculado da Glassdive por equipas, embora longe do objetivo principal, a vitória na classificação geral individual. De realçar, a competitividade das equipas espanholas, com destaque para a Euskaltel-Euskadi.

A próxima edição da Volta a Portugal terminará em Viseu.