Recorde de inscrições para o Grand Prix de Portugal obriga a que, no primeiro dia, as eliminatórias comecem às 7.30h. Seleção de Israel com proteção ainda mais extra, mas não foi solicitado igual cuidado para russos e ucranianos
«A certeza absoluta a que horas tudo irá começar só teremos amanhã [hoje], quando terminar o período de acreditações dos atletas, mas, neste momento, o que está programado é na sexta-feira começar às 7.30h e sábado e domingo às 8h», contou a A BOLA Catarina Rodrigues, diretora do Grand Prix de Portugal que, a partir de amanhã irá ter a sua terceira edição no Multiusos de Odivelas, isto após as duas primeiras no Pavilhão de Almada.
A razão madrugadora do início da prova que marca o arranque do Circuito Mundial 2024 deve-se ao recorde de judocas inscritos para as três áreas de prova: 645 atletas oriundos de 92 países. Números que superam largamente os 544 judocas de 81 países que competiram em 2022/23. E porque há tantas inscrições? Porque a etapa portuguesa marca também o início da reta final da qualificação para os Jogos de Paris-2024.
«É normal que a prova esteja bastante concorrida, afinal os pontos contam a 100 por cento para o apuramento olímpico e a acrescentar a isso havia o Grand Prix de Israel, que deveria ter sido antes, mas continua com data a definir. O que faz com que, nesta altura da época, só exista o Grand Prix de Portugal e o Grand Slam de Paris na próxima semana, que também está com uma participação muito alta».
O elevado numero de participantes e o começo da prova na sexta-feira às 7.30 horas irá fazer com que os judocas tenham de sair do hotel às 5.30 h. Mas chegou-se a colocar a hipótese do no primeiro dia a competição começar às 7h. «Não fomos nós que colocámos essa hipótese, é a federação internacional que define a hora de início e quem nos envia a proposta», vai contando a antiga internacional portuguesa que também é diretora desportiva da União Europeia de Judo.
«Isto tem a ver com o número de combates e com as horas em que terão de terminar as eliminatórias por causa do bloco de finais, que são sempre às 17 horas do país onde se realiza a prova. Os cálculos são sempre feitos para que as eliminatórias acabem às 15 de forma a que existam duas horas para se reformular o setup do recinto, como reposicionar as câmaras de televisão, calibrar a grua dos gráficos 3D…»
«A participação ter aumentado obrigou-nos a ter de procurar mais alguns hotéis extra nas ultimas semanas, mas o complicado não é os judocas terem de sair às 5.30 da manhã, pois nem haverá trânsito, mas, por exemplo, que as delegações tenham pequenos almoços antes dessa hora e de todo o staff que tem de estar no pavilhão antes da chegada dos atletas. Não só o nosso como a segurança do recinto, a RTP, a ambulância, técnicos de som e luz, e os restantes serviços que terão de estar prontos antes da competição começar», salientou.
Vice-campeã Europeia junta-se a Telma Monteiro, Patrícia Sampaio, Rochele Nunes e Jorge Fonseca como as principais ausências na competição que começa amanhã em Odivelas com recorde de participantes e países devido a tratar-se de ano olímpico
Quanto à segurança, existiu um cuidado especial com a seleção de Israel. «Já é normal existir mas, face ao contexto atual, também houve esse cuidado extra». Facto curioso, nem a FIJ nem as respetivas federações russa e ucraniana solicitaram qualquer tipo de proteção especial. «Não temos qualquer indicação da segurança interna sobre isso», assegurou Catarina quando questionada sobre o tema.