Zé Pedro: «Utilizo muito do que bebi de Jorge Jesus»
José Pedro foi treinado por Jorge Jesus no Belenenses (Foto: Carla Carriço/ASF)

Entrevista A BOLA Zé Pedro: «Utilizo muito do que bebi de Jorge Jesus»

NACIONAL19.01.202409:00

Treinador do Vitória de Setúbal foi orientado pelo atual técnico do Al Hilal no Belenenses em 2006/07 e 2007/08

— Referiu que Jorge Jesus é uma referência. Em que medida influenciou o seu trabalho?
— Principalmente no processo defensivo e em relação ao jogo tático. Jogávamos num 4x3x3 tradicional, com um médio defensivo e dois interiores, e ele olhou para o plantel… E é uma valência de qualquer treinador, olhar para o plantel e pensar no que pode fazer. Como o Rúben, olha para o 3x4x3 e é um 3x4x3, e vai buscar jogadores em função desse sistema. O Rúben, do transfere que fez da nossa saída do Sporting, fez um 3x4x3, porque só ficou com Neto e Coates, todos os outros foram embora. Mas, voltando atrás, Jorge Jesus olhou e disse: ‘é um 4x4x2 losango, com um 6, dois interiores e um 10’. Um 10 porque tinha o Silas, interior esquerdo porque me tinha a mim, interior direito porque tinha o Cândido Costa e o Rúben Amorim a 6. Acabámos em 5.º. Ainda hoje utilizo muito do que bebi de Jorge Jesus.

Treinador do Vitória de Setúbal, Zé Pedro, recorda altura em que foi orientado pelo técnico de 69 anos no Belenenses
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— Algum episódio com o treinador que o tenha marcado?
— Acabei por fazer vários golos com ele. Era médio com remate forte, como referiu, criativo, e ele olhou para mim e conseguiu definir isso. Se calhar foi o único que olhou para mim e disse: ‘rematas forte, quando houver cruzamentos tens de estar à entrada da área ou perto da baliza para teres a possibilidade de finalizar’. E consegui, era um médio com golo. Outro treinador qualquer não foi capaz de me transmitir isso, ia fazendo 3 ou 4 golos/época, com ele fiz 8 no primeiro ano e no segundo fiz 9.

— Foi jogador reconhecido, mas nunca jogou num grande. Porquê?
— Acho que faltou uma pontinha de sorte. Não sinto que não trabalhei para isso, acho que o fiz, mas quando apareci na Liga, um pouco tarde, havia muitos jogadores bons no Benfica, no Sporting e no FC Porto. Acho que faltou um bocadinho de sorte e ter chegado ao Belenenses com 25, a fazer 26, condicionou um pouco.

— E é objetivo trabalhar num grande como treinador principal? 
— Sim, um passo de cada vez. Acho que estou num grande, estou no Vitória, um grande na divisão em que estou. Um passo de cada vez, não penso muito à frente. Naturalmente o treinador quer sempre chegar mais alto, o meu foco neste momento é o Vitória. O meu trabalho é que vai ditar e a tal ponta de sorte que não tive enquanto jogador quero ter enquanto treinador para poder chegar o mais alto possível.

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