Galatasaray Zaniolo fala em «promessas por cumprir» após saída da Roma, mas elogia Mourinho
Pela primeira desde a conturbada saída da Roma, em janeiro, Nicolo Zaniolo falou do episódio em que foi perseguido por adeptos do clube que acabaram por o rotular de «traidor».
«Gostava que as coisas tivessem terminado de forma diferente. A Roma deu-me tudo, foi graças ao clube que me estreei na seleção. O meu filho nasceu aqui. Ser definido dessa forma (traidor) foi um duro golpe», disse em declarações ao jornal La Gazzetta dello Sport.
O descontentamento do avançado, de 23 anos, era já visível em novembro quando rasgou uma camisola da Roma depois de ter sido suplente não utilizado frente à Génova: «Foi um gesto de descontentamento. Foi como dar um murro na relva. Não quis ser desrespeitoso.»
Com o colapso das negociações com o Bournemouth acabou por ser afastado da equipa. O Galatasaray acabou por ser o destino final. Zaniolo aponta baterias aos dirigentes da Roma.
«Podia estar horas a falar de promessas que ficaram por cumprir. Disseram-me que era um elemento importante para a equipa, mas no fundo não passava de um recurso financeiro. Durante dois anos andaram com a conversa de que o novo contrato estava pronto. Em janeiro do ano passado assinei e fiquei a ganhar pouco mais do que já ganhava, sabia dos problemas com o Fair Play Financeiro. Depois de tanta conversa fartei-me. Se eu tenho de refletir sobre a forma como sai do clube, outro devem fazer o mesmo.»
«Havia mais clubes interessados, mas fui afastado da equipa por recusar a proposta do Bournemouth. E os adeptos descarregaram em mim. Alguns perseguiram-me de carro, outros foram a minha casa… Eu e a minha família ficámos assustados e deixaram-nos sozinhos. Nesses dias até desliguei o telemóvel pois recebia mensagens horríveis.»
«Fiquei desapontado com a reação de quase todos. Não vou apontar nomes, mas alguns diziam que eramos como irmãos e agora nem bom dia me dizem», desabafou.
Sobre o treinador, José Mourinho, nada a apontar: «É um grande treinador e uma grande pessoa. Apostou em mim. Claro, está habituado a trabalhar com jogadores de grande nível e eu não sou um deles. Gostava de ter trabalhado com ele por quatro ou cinco anos, mas, ainda assim, aprendi muito com ele.»