Vítor Bruno sobre ausência de Otávio: «Às vezes é preciso tirá-los dos holofotes»
Treinador do FC Porto explicou porque não chamou o central brasileiro para este encontro; ainda considerou a vitória justa, pois a mudança de comportamento na segunda parte foi essencial para o resultado
Vítor Bruno, treinador do FC Porto, ficou satisfeito com o resultado e com a forma como os seus jogadores perceberam a mensagem que transmitiu ao intervalo. O técnico dos dragões ainda explicou as opções para o onze, com as entradas de Samu e Eustáquio, sendo que também justificou a ausência de Otávio da ficha de jogo.
Que análise faz a esta partida? E considera que os laterais foram importantes para este triunfo?
- Vitória justa e inequívoca. Uma primeira parte segura, em que estivemos disciplinados e equilibrados, procurando evitar aquilo em que o Vitória é forte que são as transições rápidas para o ataque. Uma pressão boa e depois era nossa intenção procurar espaços para podermos ferir o adversário. Estivemos bem nos primeiros 60 metros, mas não chegamos aos últimos 40. Na 2.ª parte fomos mais ousados, acutilantes e estivemos bem. Seguimos um plano e os jogadores estiveram bem na entrega ao jogo. Quanto aos laterais temos conversado muito com eles para soltarem as amarras. Começamos a ficar previsíveis na saída com bola e na segunda parte procuramos confundir o adversário, com o Moura a subir muito mais, com isso fizemos mais cruzamentos e no fim fomos uns justos vencedores.
Que comentário tem à exibição de Samu? O que disse ao intervalo aos jogadores que fez claramente a diferença? E o que se passou com Otávio?
- Samu é grande, mas a sua dimensão física acaba por deixá-lo desprotegido nos contactos com outros jogadores. Oferece coisas diferentes e como disse antes conto com todos. O Samu ainda está a entender a forma de jogar, mesmo a própria linguagem corporal dos colegas para o lançarem na frente. Otávio foi uma opção técnica, mas conta como o Zé Pedro, o Nehuén e o Gabriel Brás. Às vezes é preciso tirá-los dos holofotes. Vai voltar a jogar, claro que depende dele, pois vai ter de competir com os outros centrais. Também depende muito do adversário e entendemos que para este jogo o Zé Pedro casava bem com o Nehuén Pérez.
Esta equipa que apresentou aqui aproxima-se daquela que vai ser a sua base?
- Não, não, não, não, não. E isto é uma resposta.
No final tem uma curta conversa com Iván Jaime e também optou por Eustáquio o que lhe trouxe essa solução?
- O Eustáquio é alguém que me conhece particularmente bem, em que antevejo também uma carreira como treinador. Gosto muito de falar com os jogadores, para perceber melhor o que eles pensam. Eustáquio pode fazer bem aquela posição. É muito fiável e posso contar sempre com ele. Esteve bem, mesmo tendo estado afastado do onze. Interpretou muito bem a primeira parte, na função de duplo pivô e percebeu depois aquilo que eu pretendia na segunda parte, pois como já referi, basta uma conversa e ele entendeu na perfeição que tinha de ocupar outros espaços para confundirmos as marcações da equipa do Vitória de Guimarães.