André Villas-Boas em ação numa campanha na Casa do FC Porto de Esposende
André Villas-Boas esteve numa ação de campanha na Casa do FC Porto de Esposende, onde comentou o mercado de jogadores e as mudanças no panorama de scouting nos últimos anos.
André Villas-Boas, em ação de esclarecimento na Casa de Esposende, disse que o FC Porto está a passar por má gestão financeira e pediu que os sócios sejam exigentes
«O panorama de scouting mudou muito nos últimos anos, porque as equipas, as grandes equipas europeias têm uma capacidade de ir buscar talento muito maior. Os mercados onde antes o FC Porto se abastecia, já pagam mais do que o FC Porto normalmente. Ou seja, o campeonato brasileiro tem muita mais capacidade de reter talento do que tinha antes. Paga melhores salários, tem contrato televisivo brutal, que permite que aquele talento fique ali, e que já não venha para Portugal para fazer a ponte para outros clubes europeus», explicou, falando de Real Madrid e Barcelona.
«Ainda acontece, como pode sempre acontecer, mas o grande talento já vai diretamente para os grandes clubes europeus, caso o Real Madrid, Barcelona... São contratados diretamente pelos grandes clubes europeus, sem passar por um clube intermédio. E eles têm muita mais capacidade em reter talento agora, e o talento custa muito mais dinheiro, e o FC Porto ali já não consegue competir. Acresce que o crescimento do futebol americano e o crescimento também do futebol mexicano, também se alimenta no futebol brasileiro, e vice-versa. Portanto, aí também já estamos em perda competitiva», referiu.
Candidato à presidência do FC Porto numa ação de campanha na Casa do FC Porto de Esposende
Questionado sobre uma possível solução: «O FC Porto ou abre o seu universo e os seus horizontes para outros mercados, ou então é obrigado a contratar mais nas bases, o que é muito mais difícil, mas é absolutamente necessário. Portanto, tens que montar estruturas de scouting, daí que no nosso programa eleitoral já tem a direção de scouting também.»
O candidato à presidência do FC Porto admite ser um projeto com margem de erro mínima: «Direção desportiva, de scouting, formação e performance. Esses são os quatro elementos principais onde a gente tem que intervir. E no scouting temos que ser estruturados, porque se queremos ter controle de custos, escolher um jogador do FC Porto é uma responsabilidade perante os sócios. A nossa margem de erro é mínima, não podemos falhar para não acumular os erros, que falamos, por um acumulado destes anos todos, que nos deram não sei quantos milhões de euros em perdas, em saídas a custo zero, em más contratações, em perda de real valor dos jogadores, é isto que tem acontecido.»
Confrontado acerca da possibilidade de sair derrotado nas próximas eleições: «O que eu digo é que o FC Porto de 2028 para 2032 será completamente diferente se o presidente [Pinto da Costa] for reeleito. E isto aqui falo apenas como sócio do FC Porto. Se o outro candidato ganhar, a minha leitura é que o FC Porto mudará radicalmente e, para mim, não é para melhor.»
«Eu agora tenho um conjunto de pessoas que sei que estão para mim e que têm vindo trabalhar comigo para que esta candidatura, que vai de 2024 a 2028, se apresente forte, com trabalho, com medidas, com capacidade de executar e de sermos vencedores sem perder capacidade competitiva. Em 2028, não sei», concluiu.
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