Villas-Boas: «Achei incorreto o presidente não me receber no Dragão»
Villas-Boas (foto: IMAGO)
Foto: IMAGO

Villas-Boas: «Achei incorreto o presidente não me receber no Dragão»

NACIONAL22.04.202421:32

Candidato às eleições portistas recorda visita do Marselha à casa portista, quando treinava os gauleses

A cinco dias das eleições presidenciais do FC Porto, André Villas-Boas revela que o seu afastamento com Pinto da Costa vem «desde o jogo no Dragão pelo Marselha.»

«No FC Porto-Marselha cada um seguiu o seu rumo, disse ao presidente que achei incorreto não me ter recebido no estádio do Dragão. Sempre foi mais uma relação de gratidão. Separámo-nos do ponto de vista da comunicação», disse, em entrevista ao Jornal da Noite, da SIC, o candidato pela lista B.

Decisão de abandonar a carreira de treinador

«Tinha esta ambição desde há algum tempo, de ser presidente do clube do coração. Tenho mais de 40 anos de sócio e sempre foi quase um destino de vida e uma missão. Sempre disse que queria carreira curta de treinador. Passaram 15 anos, chegou o momento de me candidatar. A candidatura está a ser preparada desde 2022, sempre fui muito obstinado e sempre procurei atingir os objetivos que costumo delinear. Era um passo que queria dar, pelo que lentamente começo a fazer a desvinculação de treinador e passar ao dirigismo. Comecei a preparar a candidatura em 2022, foi quando comecei a preparar as pessoas que me iam acompanhar, um programa eleitoral, a cultura desportiva. Foram estes dois anos, esta caminhada, que me permitiu chegar a este momento com uma candidatura forte.»

Concorrer contra Pinto da Costa

«Sobretudo pelo momento em que se encontra o FC Porto. Fomos perdendo vantagem competitiva, enfranquecendo o os plantéis, é um momento de mudança absoluta, é preciso levar o clube para a modernidade.»

Afastamento em relação a Pinto da Costa

«Não me recordo quando gravei. Fui convidado e não hesitei. Tudo o que conquistou fará sempre parte da história. Arrependido? Não, de todo. Tenho muito carinho e admiração pelo presidente. O seu legado é um sentido de responsabilidade e será sempre um fator de motivação e pressão. Tenho levado as coisas de forma muito natural, concentrado no meu projeto, nas pessoas, no que queremos fazer. Quero sobretudo que esta fase de transição seja o mais suave possível, daí as minhas valências enquanto treinador. De certa forma sim. No FC Porto-Marselha cada um seguiu o seu rumo, disse ao presidente que achei incorreto não me ter recebido no estádio do Dragão. Sempre foi mais uma relação de gratidão. Separámo-nos do ponto de vista da comunicação.»

Indecisos

«Numas eleições assim não haverá assim tantos quanto isso. Há pessoas que votam por gratidão, ainda ontem uma pessoa da sociedade portuense fez apelo ao voto da gratidão em vez do voto pela razão e modernidade. Posso compreender, pela história que nos é deixada, mas o fator racional tem e deve passar. FC Porto está numa situação limite, 3 campeonatos em 11 é curto, até para a história que o presidente nos deixou. Será a década de Pinto da Costa menos vitoriosa de sempre em termos de campeonatos nacionais.»