Destaques dos encarnados: Kokçu será melhor quando tiver a calma de Aursnes
Orkun Kokçu, número 10 do Benfica (Foto: GRAFISLAB)

Rio Ave-Benfica, 1-1 Destaques dos encarnados: Kokçu será melhor quando tiver a calma de Aursnes

NACIONAL18.05.202400:04

Turco foi o mais influente da equipa, mas parece ansioso em mostrar que pode ser especial; norueguês termina a época como começou; Tengstedt: tudo bem, menos no principal

A figura do Benfica: Kokçu (nota 7)

Cada jogo nesta posição que parece estar à espera dele na próxima época de uma forma mais declarada é uma espécie de teste constante à ousadia de se ter posto em bicos de pés a pedir mais protagonismo no campo. E em boa verdade o turco aproveita cada partida para mostrar que é um 10 à sua maneira: tenta simplificar o jogo com jogadas a um ou dois toques, usando a objetividade como uma arma e não porque não conhece outro recurso. Quase todas as bolas que Tengstedt teve de golo foram dele, fosse com passes longos verticais ou mais curtos. O único golo da equipa foi de excelente execução, falta-lhe apenas ter mais estabilidade. Parece ansioso em mostrar que é realmente especial.

Samuel Soares 4 — Tem um à-vontade tão grande a jogar com os pés que por vezes perde a noção da segurança e entra na zona de risco de forma totalmente desnecessária. Durante a primeira parte originou um canto num disparate na pequena área e no segundo tempo (47’) quase via um passe vertical ser intercetado, o que seria fatal. No lance do cabeceamento de Aderllan que resultou no penálti para o Rio Ave deu a sensação de estar demasiado dentro da baliza. Não transmitiu tranquilidade. 

 Aursnes 7 — Termina a época como começou: certo como um relógio suíço, fiável como um motor alemão. Lançou Tengstedt em profundidade por duas vezes, numa delas resultado no golo que seria marcado por Kokçu. Somou bons apontamentos no passe e na circulação durante todo o jogo e foi ele a impedir que Boateng fizesse a águia corar de vergonha (90+8’), impedindo o 2-1 para o Rio Ave

Otamendi 6 — Dominou a sua zona em quase todo o jogo e ainda tentou, como é hábito, a sorte na área contrária. Aos 74’ teve o 2-0 nos pés, mas a recarga à defesa de Miszta saiu demasiado por cima.

Morato 6 — Titular no lugar de António Silva, mostrou o que fazem dele um central de quem Roger Schmidt tanto gosta, mas que não lhe deu as oportunidades que esperaria. Jogo feito de muitos cortes em antecipação e saindo bem a jogar pelo lado esquerdo.

Carreras 5 — Muitas oscilações, mesmo a atacar. O ponto alto foi a jogada aos 53’ que tirou dois do caminho e daí quase resultou um golo de Rollheiser.

Florentino 5 — Usou, como sempre, os tentáculos em zonas altas, permitindo que a equipa tivesse maior capacidade de pressão. Um erro de abordagem no canto a favor dos vila-condenses marcam a noite: usou o braço já quando estava descompensado (e deveria ser ele a marcar o jogador mais perigoso do adversário nas bolas paradas?)

João Neves 6 — Mais recatado nas ações ofensivas para dar liberdade a João Mário de movimentos a João Mário. Tentou a meia distância  por três ocasiões, numa detas (74’) obrigando o guarda-redes do Rio Ave a excelente intervenção. Acaba a época provavelmente como o mais cotado da equipa.

Rollheiser 6 — Estreia a titular no lugar do compatriota Di María, mostrou que pode lutar pela titularidade na próxima época pela forma como alia o drible com a intensidade na pressão e visão de jogo. Nem sempre definiu bem, mas ficou à vista o que ele pensava. Desperdiçou por duas vezes o golo, numa das ocasiões (62’) pedia-se remate mais colocado pelo tempo que teve para armar o remate.

João Mário 5 — Termina a época sem chama. Poucas vezes beneficiou do muito espaço que teve entre o central direito e o lateral direito do Rio Ave. Conduziu muito do jogo da equipa, sempre pela zona central, partindo da esquerda, mas faltou-lhe o último passe. Na retina ficou um desarme a Amine aos 65’ que podia ter resultado em golo. 

Tengstedt 6 — Correu muito, procurou esticar o jogo com movimentações de dentro para fora ora caindo para a esquerda ou para a direita. Foi numa dessas jogadas que nasceu o golo do Benfica: passe longo de Aursnes, receção, rotação e assistência para o golo de Kokçu. O problema está nos momentos em que não tem de assistir ou simplesmente fazer a equipa jogar, mas na hora de marcar: foram quatro as ocasiões em que esteve de frente para Miszta e em todas falhou.

Tiago Gouveia 4 — Entrou com vontade, mas quase sempre definindo mal os tempos de ação. Só por uma ocasião (74’) teve a objetividade de colocar João Neves em zona de tiro.

Gustavo Varela - — Estreia num contexto difícil. Não teve o espaço para justificar a chamada.

Prestianni 5 — Outra estreia. Em pouco menos de 10 minutos esteve muito perto de marcar, num remate de ressaca, obrigando Miszta a uma mas melhores defesas do jogo. 

Bernat - — Uma entrada em campo apenas para mostrar que está vivo.