Villas-Boas aborda situação de Sérgio Conceição (vídeo)
Candidato promete sentar-se à mesa com o treinador caso vença eleições
André Villas-Boas foi hoje interpelado sobre a situação laboral do Sérgio Conceição. «Não posso entrar nesse espaço. Tal como o treinador do FC Porto disse que se manteria longe de qualquer ato eleitoral e não emitiria opiniões, eu faço o mesmo quanto ao treinador. Sentar-me-ei com o treinador quando a Direção tomar posse. Será a primeira pessoa de quem quero perceber preocupações sobre continuidade e inquietações futuras. Termina contrato. Fiz questão de alertar para este cenário há um ano. Parecia-me estranho que um treinador tricampeão nacional, após a eliminação com o Inter daquela forma, não tivesse renovado contrato. Eu fui treinador, não me pareceu justo», disse, acrescentando:
«Há momentos em que a Direção de um clube pode aumentar o vínculo emocional com o treinador e é em momentos como esse. São momentos de intervenção de uma Direção em apoio ao seu treinador. Já tinha dito isso. Pareceu-me mau ato de gestão que não tivesse acontecido. Eu vou manter-me longe dessa conversa. A melhor forma de dignificar é não falar em perfis. O que posso dizer é que no campo da direção desportiva, tudo tem que viver no mesmo universo. Não podemos contratar jogadores de ataque para um treinador mais defensivo, "italiano", como se diz. A cultura do futebol português é posse, criatividade e técnica.»
Outro tema abordado foi das claques, com um sócio, inclusive, a dizer que por vezes sente mais receio em ir ver jogos do Dragão do que ao Estádio da Luz. Em resposta, o ex-treinador revelou que as próprias casas do clube já sofreram pressões pelo simples facto de o receberem para sessões de esclarecimento. «Apesar de o dia 13 de novembro ser negro na história do FC Porto, também acabou por acordar os sócios. Esta tem sido uma caminhada de liberdade. Ganhámos o direito a ter opinião diferente, a podermos apoiar outro candidato. As casas que visitei inicialmente passaram por este tipo de coação e pressão. Não queríamos colocar as casas do FC Porto sobre pressão e estar presentes em espaços como este, um auditório. E também para que as casas não viessem a sofrer represálias em termos de bilhética e acesso à mesma. As casas atravessaram-se, Ponte da Barca foi a primeira com coragem, Lausanne a segunda e agora temos convites para visitar todas, estamos a tentar corresponder a todos os pedidos. Isto é trabalho, tempo e dispêndio de energia, mas é pelo bem comum. Não posso controlar os comportamentos das pessoas. O que há a louvar é que o senhor não tenha medo de falar em coação, para que as pessoas ganhem consciência de que não é forma de estar na sociedade e do clube», disse André Villas-Boas.