Uma história incrível: voltou aos relvados após dois anos e sete fraturas no pescoço e na coluna
Guarda-redes Rylee Foster esteve 731 dias a recuperar de grave acidente de viação
Há histórias assim, incríveis, de sobrevivência e de resiliência. A guarda-redes canadiana Rylee Foster, 25 anos, voltou a jogar futebol, ao serviço das Wellington Phoenix, da Nova Zelândia, 731 dias depois de sofrer um grave acidente de viação que por milagre não a deixou paralisada, mas que lhe provocou sete fraturas no pescoço e na coluna.
A antiga jogadora do Liverpool não só conseguiu voltar a ter uma vida normal, como foi titular pelo novo clube na primeira jornada do campeonato neozelandês, dois anos depois de ficar com a vida virada do avesso. Na verdade, nunca pensou que tal pudesse voltar a acontecer (os próprios médicos tinham dito que seria muito difícil), estava apenas feliz por estar viva, mas afinal...
«Quando estás afastada do jogo durante tanto tempo, perdes aquela faísca, aquela paixão, e começas a procurar alternativas em outras áreas», conta a 'keeper' à BBC Sports, que apostou em cursos de formação nas área do Direito e das Finanças, à procura de uma caminho longe dos relvados. Quando finalmente ganhou coragem e confiança para tentar o regresso, estava sem clube. O contrato com o Liverpool terminara e não foi renovado.
Quem lhe daria emprego após dois anos sem jogar e nas circunstâncias em que deixara a competição? «Nenhum clube iria arriscar contratar-me.» Depois de prestar provas no Celtic, sem sucesso - não lhe foi oferecido contrato porque chumbou nos testes médicos - outras portas se foram fechando pelas mesmas razões. «Eu entendia, mas queria uma oportunidade», diz. E encontrou-a na Nova Zelândia, do outro lado do mundo, na Nova Zelândia, ao serviço das Wellington Phoenix, numa altura em que estava à experiência (mais uma entre tantas outras) nos Blackburn Rovers.
«A minha recuperação foi horrível, não queria voltar a passar por ela, mas ao mesmo tempo sinto um enorme orgulho porque aprendi e cresci muito com uma experiência tão negativa. E agora quero apenas desfrutar do futebol. Ao voltar a jogar senti-me como um cão que se soltou da trela e pode finalmente correr de forma livre. Só pensava: 'Voltei'! E ainda me sinto melhor do que antes de ter parado», garante Rylee Foster.
E tem mais um objetivo, voltar à seleção do Canadá, à qual tinha sido chamada pela primeira vez em 2021, antes do acidente: «Sei que voltei a ser 'rookie' e que preciso de me colocar novamente no mapa, mas em breve espero voltar a ser chamada pela seleção do meu país. O objetivo é ir aos Jogos Olímpicos.»