Tudo o que disse Sérgio Conceição na antevisão ao FC Porto-Shakhtar
Treinador dos dragões fez a antevisão (IMAGO)
Foto: IMAGO

Tudo o que disse Sérgio Conceição na antevisão ao FC Porto-Shakhtar

NACIONAL12.12.202314:43

Azuis e brancos recebem amanhã os ucranianos no Dragão, para a última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões; técnico dos portistas antevê jogo que «não será fácil»

O FC Porto recebe, esta quarta-feira, os ucranianos do Shakhtar, na sexta e última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. No início da tarde desta terça-feira, Sérgio Conceição fez a antevisão à partida que pode assegurar a presença dos dragões nos oitavos de final da prova milionária.

Desde o sorteio da fase de grupos que fala da qualidade do Shakhtar, descartado da luta pela qualificação para os oitavos por muita gente. Sente que o tempo lhe deu razão?

«Penso que sim. Perderam em Barcelona (2-1), mas com uma prestação muito positiva. Ganhou ao Antuérpia, perdeu contra nós e ganhou ao Barcelona. Com este novo treinador (Pusic), adquiriu alguma consistência e solidez como equipa, mas a base dos jogadors é a mesma. É verdade que o país (Ucrânia) teve esse momento muito difícil. Mandaram-me um artigo do Financial Times onde se lê a importância deste jogo para o Shaktar e para a Ucrânia. Para além da qualidade do Shakhtar, tendo em conta a envolvência e o contexto em torno da equipa, não será um jogo fácil. Não vai ser fácil em todos os sentidos. Que ganhe o melhor, que quero que sejamos nós. Pela nossa competência, temos de fazer por merecer para estarmos nos oitavos da Liga dos Campeões. Não só pela fase de grupos, mas pelo histórico, para um clube que não está inserido num país dos mais fortes a nível financeiro.»

O facto de o empate ser suficiente para seguir em frente é uma armadilha ou uma segurança?

«Depende do que fizermos. A nossa preparação é com o intuito de ganhar o jogo. Nenhum adepto sairá satisfeito com um empate com o Shaktar e eu também não. Vamos trabalhar por ganhar, mas se por mérito nosso e por mérito do adversário houver o empate, ficaremos satisfeitos.»

João Mário não esteve presente no treino desta manhã. É uma baixa confirmada para amanhã?

«Vai ser até à última, mas é possível, depende do departamento médico. Mas caso joguem, nunca serão titulares, entrarão no decorrer do jogo.»

Qual das equipas tem mais a perder com o jogo de amanhã. O FC Porto ou o Shakhtar?

«É uma final. Na segunda-feira teremos outra final para o campeonato (frente ao Sporting), porque neste clube vivemos sempre para as finais. Estamos habituados a este tipo de pressão, acho que é uma boa pressão. Sabemos da importância do jogo, mas o mais importante é sempre o trabalho diário e é daí que vem a nossa motivação. Trabalhamos com ambição, o ano passado estávamos numa situação favorável, contra o Atlético de Madrid, e a poucos minutos do fim acabámos por perder. Não podemos adivinhar o que o adversário faz. O Shakhtar é diferente das equipas que defontamos nas competições nacionais. Se formos competentes, tenho convicção de que as coisas vão correr bem.»

Acredita que é possível uma equipa portuguesa vencer a Liga dos Campeões?

«Em termos teóricos, somos um pais cada vez mais longe dos países poderosos e das equipas apetrechadas, com vários dos melhores jogadores do mundo. Teoricamente, a decalage é cada vez maior. Na prática, o futebol é o futebol. Em 1987, ninguém diria que o FC Porto conseguiria aquilo que conseguiu, em 2004 também. Mas sinto e sei que cada vez se está a tornar mais difícil, muito difícil.»

Como analisa o adversário, que trocou recentemente de treinador?

«Mudou pouca coisa, utiliza poucos jogadores diferentes. Joga num 4x3x3 clássico, o meio-campo é mais ou menos o mesmo. Coletivamente, estão mais sólidos. No processo defensivo, adquiriu qualidades e sofre menos golos. Tem gente no último terço que pode decidir o jogo. Foi o que fizeram na Liga dos Campeões a partir do momento em que venceram o Barcelona.»

Chegar aos oitavos-de-final significa um encaixe de 9,5 milhões de euros. É o vai ou racha?

«Temos muito essa vontade. Ao longo das épocas, conseguimos quatro oitavos e dois quartos-de-final Não sou gestor financeiro. Estou aqui para conquistar títulos. Numa competição como esta, para uma euipa portuguesa, é fundamental chegar o mais longe possível. O meu trabalho e dos jogadores é dar o máximo para que os títulos possam dar retornos financeiros ao clube. Os clubes portugueses vivem em grandes dificuldades, não é só o FC Porto.»