Steven Defour: «Passei um bom bocado no FC Porto, mas com Moutinho...»

Antigo internacional belga jogou nos dragões de 2011 a 2014, e depois no Anderlecht, de 2014 a 2016. «Espero ver um bom espetáculo», diz a A BOLA, recordando os seus tempos como jogador dos dragões

Apesar de não ter sido titular indiscutível no FC Porto, deixou uma marca positiva nos adeptos e é ainda hoje visto como um exemplo de profissionalismo. Falamos de Steven Defour, que representou os azuis e brancos entre 2011 e 2014. Na altura, Defour enfrentava uma concorrência de peso no meio-campo, composto por Fernando, Lucho González e João Moutinho, uma combinação que conferia criatividade e solidez à equipa. Apesar disso, o antigo internacional belga, contratado com grande pompa ao Standard de Liège, conseguiu somar 113 jogos pelos dragões e apontar sete golos.

Quintero, Fernando e Defour nos tempos em que o belga jogava no FC Porto

«Vou estar em estúdio a comentar o jogo para um canal de televisão local», informa-nos. Defour é muito requisitado por rádios e canais televisivos e o cruzamento de duas equipas que representou, FC Porto e Anderlecht e pelas quais nutre grande carinho fá-lo ter uma posição neutra. «Espero e fico a puxar por um espetáculo bonito e bem disputado», atira, não se alongando sobre a crise no FC Porto.

Recorda a A BOLA a sua contratação pelo FC Porto. Chegou como um dos grandes nomes da seleção da Bélgica e do Standard de Liège. «Ainda não era o verdadeiro Defour. Não estava a 100 por cento fisicamente, mas a nova direção do Standard queria que todos os jogadores da direção anterior partissem. Queriam fazer dinheiro com jogadores como Witsel, Carcela, Mangala e eu», rebobina a fita desses dias conturbados.

Moutinho e a saída adiada para Inglaterra

«Batalhava com uma lesão no ombro e cheguei para substituir o João Moutinho. Sucede que o Moutinho não foi para o Tottenham, como se previa e me tinham dito. No início, joguei muito e pensei que tinha feito a transferência ideal, mas depois comecei a ter menos tempo de jogo. No final, foi isso que me faltou um pouco no FC Porto: a continuidade. Mas, no geral, passei um bom bocado no FC Porto», afirma. 

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25 novembro 2024, 20:20

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Em 2014, Defour foi transferido para o Anderlecht por €6 milhões, onde permaneceu durante pouco mais de duas épocas antes de rumar ao Burnley, de Inglaterra. A sua carreira como jogador encerrou-se no KV Mechelen, em 2020/21, clube onde também deu início à sua trajetória como treinador, onde permaneceu até à época passada.

«Não estava de todo infeliz no FC Porto, mas queria jogar mais. Foram bons tempos lá, mas queria mais», diz, orgulhando-se de ainda falar um pouco de português, apesar de o utilizar ocasionalmente em contactos com os antigos companheiros nos azuis e brancos: «Volta e meia falo ou escrevo uma mensagem, ou comentário no Instagram. Ainda mantenho um pouco o meu português. Quando começo a falar, o português volta rapidamente», comenta, entre sorrisos.

Defour num treino dos dragões no Olival

Foi graças à intervenção do agente Luciano D’Onofrio, também muito próximo de Sérgio Conceição e de Pinto da Costa, que Defour saiu do FC Porto. Mas não foi um parto fácil: «Foi logo após o Campeonato do Mundo de 2014. Queria ter mais tempo de jogo. Fazia alguns jogos e depois voltava para o banco. Precisava de uma mudança.»

«As semanas foram passando e comecei a ficar cada vez mais nervoso. Treinava bem, mas não participava em todos os jogos. Depois apareceu o Anderlecht. No início, hesitei, mas eles foram persistentes. Sabia estar a dar um passo atrás, mas optei pelo aspeto desportivo e pela ideia de jogar todas as semanas para manter o meu lugar na seleção. A transferência não foi fácil, foi preciso recorrer a Luciano D'Onofrio, ele conseguiu convencer as duas direções a chegarem a um acordo sobre um preço que mais convinha às partes», lembra.