Sporting: Vítor Roque deixa torcida em choque

NACIONAL21.08.202408:00

'Está em choque? É golo do Vítor Roque', cantava a torcida do Athletico Paranaense. O perfil do avançado do Barça, o Tigrinho de Timóteo que ainda sonha ser o maior do mundo

SÃO PAULO — Vítor Hugo Roque Ferreira, 19 anos, já foi chamado de fenómeno e de raio na sua curta carreira, mas em casa ainda é chamado por Vitinho e na cidade de Timóteo, Minas Gerais, Brasil, onde nasceu a 28 de fevereiro de 2005, o dia em que o Sporting goleou o Estoril em Alvalade por 4-0, com golos de Niculae, Rochemback e bis de Liedson, conhecido como Tigrinho, por causa do pai, Juvenal, ex-trinco com a alcunha de Tigrão.

«O meu pai foi a minha primeira referência», disse em 2022 ao site GE o craque do Barcelona, internacional brasileiro uma vez, que o Sporting negoceia, razão pela qual começou como trinco, antes de passar a atacante de destaque do América Mineiro aos... 13.

«Depois, o Cruzeiro convenceu a família e os empresários dele a transferir-se do América sem falar com a Direção rival, como o América acusou o Cruzeiro de aliciamento e ameaçou ir a tribunal, os clubes concordaram em ter 45% do passe cada um», conta a A BOLA o jornalista Rafael Arruda, do No Ataque, suplemento de desporto do jornal Estado de Minas.

Sporting: Hugo Viana tenta convencer Vítor Roque

20 agosto 2024, 17:07

Sporting: Hugo Viana tenta convencer Vítor Roque

Diretor desportivo dos leões continua em Barcelona para tentar agarrar o avançado, que dará preferência ao Betis. Só que o Sporting tem base de entendimento para a compra do passe, como o Barça precisa, e os andaluzes apenas oferecem possibilidade de cedência com compra obrigatória de metade do passe, por 15 milhões de euros, mas só acionada daqui a dois anos

No Cruzeiro, o jogador, que quer entrar na faculdade de Educação Física ou de Gestão, continuou a destacar-se ao ponto de Vanderlei Luxemburgo o puxar para o plantel antes dos 16. A estreia frente ao Botafogo, porém, foi penosa: entrou e saiu 18’ depois. «Estava tão nervoso e ansioso que me cansei», disse o garoto. Isso levou a Raposa a contratar um treinador mental com quem o atleta teve sessões diárias de uma hora para treinar concentração e ganhar bons hábitos de alimentação e sono.

«Depois, com a entrada de Ronaldo Fenómeno no clube, o diretor desportivo Alexandre Mattos ruma ao Athletico e, sabendo que a cláusula de rescisão era de apenas 24 milhões de reais [cerca de quatro milhões de euros] e o salário dele de meros 12 mil [cerca de dois mil euros], contrata-o, na maior transferência da história athleticana».  

Vítor Roque no Athlético Paranaense. IMAGO

No clube de Curitiba os dirigentes entenderam logo que Roque poderia superar a venda recorde de Bruno Guimarães, por 20 milhões de euros, para o Lyon. E, com efeito, por 61, somando objetivos, o diamante rumou a Barcelona, em 2023, onde, porém, não encontrou espaço.

Segundo Guilherme Moreira, do GE do Paraná, «no Athletico ele crescia sobretudo nos jogos grandes, como com o Palmeiras para a Libertadores». Após ser herói na eliminação do Verdão, disse que «CR7 pelo trabalho excepcional e por sempre buscar mais» era «uma inspiração».

«Apesar das dificuldades técnicas por ser profissional desde os 15, não há dúvida de que se vai tornar um dos maiores jogadores», previu Scolari, à época. «E eu tento sugar ao máximo a benção que é ter caído nas mãos do Felipão», respondeu o raio, como os adeptos o tratavam. Além disso, cantavam nas bancadas da Arena da Baixada o hino «está em choque, é golo do Vítor Roque» na direção dos rivais.

O ex-portista Branco, coordenador das seleções jovens da CBF, colocou-o nessa altura numa lista de brasileiros com potencial para melhor do mundo, ao lado de Rodrygo, Martinelli, Endrick e... do benfiquista Marcos Leonardo.

«A força física dele impõe-se, nem Gómez, do Palmeiras, nem Felipe Melo, do Fluminense, por exemplo, lhe ganhavam no corpo a corpo», resume Guilherme Moreira. «Ele é móvel, sai da referência, ajuda a construir, a tabelar e a atacar o espaço porque é muito explosivo e rápido e, quando não dá, pega a bola e vai sozinho».