Sporting: a arte de Rúben Amorim fazer mais com (muito) menos

Sporting: a arte de Rúben Amorim fazer mais com (muito) menos

NACIONAL12.10.202320:29

Nunca o treinador leonino trabalhou com um grupo tão reduzido; menor quantidade e acrescento de qualidade com reforços cirúrgicos; onze base consolidado e alternativas consistentes

A aposta foi clara: aumentar o investimento e reforçar a qualidade. Afastando contratações de (bons) projetos de jogadores para a equipa principal, minimizar a margem de erro em reforços no mercado nacional e direcionar todas as atenções em alvos específicos que pudessem ser um acrescento no… imediato. Sem necessitar de experiências ou períodos de adaptação. Trabalho esse que, de resto, sabe A BOLA, começou a ser feito ainda nos últimos meses da última época.

Esta foi a base para a construção do novo e renovado plantel do leão. E, para tal, a ordem de Rúben Amorim (eleito melhor treinador da Liga em setembro) passou por reduzir, ao máximo, o número de jogadores. De forma a criar um núcleo duro e coeso, mantendo, claro está, em caso de necessidade, porta aberta para jovens da formação poderem aparecer a qualquer momento. Essa nova fórmula está bem traduzida naquelas que foram as primeiras jornadas do leão esta época: com onze base a dar bons sinais de consolidação, poucas alterações de jogo para jogo, privilegiar rotinas e reduzir adaptações ou experiências, no fundo a criação de um grupo perfeitamente identificado com as ideias do treinador à exceção de dois (verdadeiros) reforços que implicaram investimentos recorde no clube: Gyokeres e Hjulmand

De resto, contas feitas, Rúben Amorim neste arranque de época ainda só utilizou verdadeiramente 16 jogadores. Excluindo nomes como Afonso Moreira, Eduardo Quaresma, Neto ou Mateus Fernandes (que até já saiu…) e que, todos juntos, somam pouco mais de 50 minutos de utilização. Um número curto e que contrasta com um maior leque de opções em épocas anteriores. Nos últimos dois anos, por exemplo, Rúben Amorim utilizou 32 jogadores. Em 2020/2021, ano do título, 31 jogadores. Um número que, muito dificilmente chegará a ser alcançado esta época, pois o plantel, no total, mesmo com jogadores que oscilam entre equipa principal e bês soma 26 jogadores. E mesmo com possíveis entradas ou saídas em janeiro (algo que o técnico tentará evitar a todo o custo…) a fasquia muito dificilmente será ultrapassada.

Dois reforços e… Fresneda

A construção do plantel conheceu apenas três novos elementos. E do passado, à exceção de Ugarte, saíram vários nomes com escassas aparições na última época. Como Rochinha, Arthur Gomes, Mateo Tanlongo, Sotiris, Marsà ou Fatawu. Jogadores que nunca se conseguiram impor, de forma afirmativa, no onze. Algo que esta época não acontece, pois mesmo havendo um onze base, as alternativas surgem sempre como solução mais fiável. Onde estão, para já, Daniel Bragança, Matheus Reis, Edwards numa primeira fase, Trincão ou Geny Catamo

Menos opções, é certo, mas um maior leque de soluções. Que, aliada à assertividade, até ao momento, na contratação dos reforços, ajudou a uma solidez apresentada desde os primeiros jogos. E, nesta equação, ainda falta uma resposta mais positiva de Iván Fresneda, um jovem lateral-direito espanhol de apenas 19 anos, que está a ser moldado às ideias do treinador e poderá ser lançado às feras em breve…