«Só no Brasil me chamam  de burro», lamenta Renato Paiva
Renato Paiva, treinador do Bahia

«Só no Brasil me chamam de burro», lamenta Renato Paiva

SÃO PAULO - Na ressaca dos jogos da 22.ª jornada do Brasileirão, Renato Paiva lamentou ter sido chamado (mais uma vez) de «burro, burro, burro!» pelos adeptos, por não utilizar Luciano Juba, recém-contratado ao Sport Recife, ao comentar o empate do Bahia, na Arena Fonte Nova, com o Vasco da Gama, concorrente direto pela sobrevivência na Série A. 

«Estou encantado com o Brasil, adoro este país, vim porque quis, mas é o único país em que chamam os treinadores de burro, já estive em Portugal, na Europa, no Equador e no México e nunca me chamaram de burro», disse o português após um 1-1, com golos de Ademir, para o Tricolor, e de Vegetti, de penálti, cometido pelo ex-benfiquista Gilberto, para o Vascão. 

«O Juba fez dois treinos com o Bahia. Dois treinos. E chamaram-me de burro várias vezes por eu não o utilizar. Ele entrou e não conseguiu trocar passes mas o burro sou eu», continuou. «O futebol é feito de conexões que se conseguem treinando, o Juba vem do Sport Recife, com outros colegas e com outro treinador, queriam que já fosse titular...»

Sobre o jogo, Paiva elogiou a primeira metade. «Acho que foi uma primeira parte de grande qualidade nossa, onde não conseguimos materializar em finalização, trabalhamos a bola até à área, depois os cruzamento não entraram onde têm que entrar, mas fizemos o golo em uma boa jogada».

«Em muitos momentos o Vasco defendeu em 20 metros por causa da nossa forma de jogar, foi defensivo demais por causa do nosso volume, na segunda parte, ganhando, há uma reação normal do Vasco, nós realmente baixamos um pouco, perdemos bolas, o Vasco fez alterações e nós não as conseguimos perceber». O Bahia é 16º da tabela.

Noutra partida, o Red Bull Bragantino, de Pedro Caixinha, foi a Belo Horizonte empatar com o Cruzeiro, já sem Pepa, no Mineirão. Um resultado que não agradou ao treinador português: «Temos que aceitar a partilha dos pontos mas não era o que queríamos. Não ficamos satisfeitos porque queremos que a equipa tenha um comportamento pleno nos 90 minutos».

«Queremos que a equipa tenha mais solidez durante todo o tempo do jogo», insistiu, «a equipa não entrou bem no jogo, um jogo aberto do princípio ao fim, acho que poderíamos termos feito um pouco mais para ganharmos e conquistar três pontos», comentou o treinador do Bragantino, sexto classificado do Brasileirão.