Sindicato avança no combate ao tráfico humano
Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol

Sindicato avança no combate ao tráfico humano

NACIONAL24.09.202316:26

Apresentação de documento com cinco propostas aos grupos parlamentares

O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) enviou, sexta-feira, aos grupos parlamentares, um documento com cinco medidas para combater tráfico humano, imigração ilegal e burla.

O SJPF anunciou o lançamento, na próxima temporada, de um manual de entrada e acolhimento do jogador brasileiro, que poderá ser aplicado, depois, às restantes nacionalidades. 

Propõe, também, a criação de uma plataforma digital para partilha de notícias, informação, legislação, jurisprudência, mecanismos de denúncia ou respostas sociais.

O SJPF sugere, ainda, que os agentes desportivos apresentem declarações de interesses, para permitir às entidades fiscalizadores a identificação de potenciais conflitos e as ligações diretas ou indiretas a negócios do futebol.

É pedido, pelo SJPF, o envolvimento das autarquias, através da formação de agentes de prevenção local, em articulação com as respetivas associações de futebol e autoridades.

Por fim, é proposta a dinamização de uma rede integrada de apoio de estadia, integração social e, eventualmente, repatriamento.

O presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, defende que «mais do que alterar as normas», que considera importante, «interessa mudar a atitude com que se responde a este flagelo». 

«Revemo-nos numa posição multidisciplinar, que assenta numa visão a montante, sobre os requisitos de entrada, e a jusante, no cumprimento das obrigações em território português. Temos memória e queremos que a sociedade esteja atenta, pois a forma como encaramos este problema diz muito sobre o país que somos e queremos ser», disse à Lusa.

Joaquim Evangelista assinala que há «uma ausência de articulação entre as várias entidades públicas e privadas», ou seja, «não há uma resposta cabal» ao problema. «Temos de ter a capacidade de não fechar os olhos à realidade», dispara, lamentando que «isso aconteceu durante muito tempo por interesse próprio e, muitas vezes, com a cumplicidade de jogadores, treinadores e dirigentes». 

«Estamos melhor do ponto de vista mediático. Já conseguimos mobilizar a comunidade. Agora, o problema tem raízes mais profundas que o impacto público e precisamos de agir a nível estrutural», argumenta.

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