Portimonense avisa: «A Liga não pode correr riscos de greves ou salários em atraso»

Presidente da SAD do Portimonense deixa várias dúvidas em relação ao licenciamento do Boavista

O Portimonense desceu à Liga 2, derrotado no play-off pelo Aves SAD. Rodiney Sampaio, presidente da SAD dos algarvios, reagiu à despromoção em declarações à comunicação social, acabou por visar o Boavista e os problemas financeiros por que passa o emblema do Bessa.

«Infelizmente por forças ocultas o final não foi o que desejávamos, mas o trabalho está aí, com toda infraestruturas de topo e jogadores com muito talento. O projeto continuará», garantiu Rodiney Sampaio.

O Boavista terminou um lugar acima do Portimonense, ou seja, no 15.º. Relativamente ao clube axadrezado, Rodiney Sampaio atira: «É dificil falar sobre o Boavista. É um clube histórico e já foi campeão nacional, mas a verdade é que o sucesso desportivo de outros anos se confunde com o avolumar de dívidas e polémicas…»

O presidente da SAD algarvia deixa muitas dúvidas em relação ao cumprimento do Boavista relativamente ao pagamento dos salários.

«O caso do Boavista merece a atenção do Portimonense, como deverá merecer a atenção de todos os clubes e entidades desportivas nacionais. O incumprimento salarial coloca em causa a integridade da competição. Os pressupostos financeiros e a sua verificação antes do início da época desportiva procuram oferecer um garante que a competição se desenrolará da melhor forma. A Liga não pode correr o risco de ter greves e ou jogadores com salários em atraso na principal competição portuguesa enquanto negoceia o maior contrato de direitos televisivos da história do futebol português», vinca.

«Como podemos validar clubes que pedem a clubes estrangeiros para pagar os valores em "contas de terceiros', como foi o caso de Bozenik para o Sevilha? Como podem as entidades reguladoras desportivas nacionais validar que os salários dos jogadores sejam pagos em numerário e ou através de empresas veículo? Como pode ser aceite que toda a receita de uma sociedade desportiva esteja transferida para empresas veículo e assim lesando credores – entre eles o estado?», acrescenta o presidente da SAD do Portimonense.

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Rodiney Sampaio coloca a pressão para o lado da Liga e da Federação.

«Compete à Liga e à Federação avaliar se os clubes que já são reincidentes por anos cumprem os mínimos requisitos para honrar a maior competição nacional. A Liga tem feito um trabalho extraordinário para o bem do futebol português e pela economia do país, é de louvar o trabalho que estão a fazer reconhecido mundialmente. Legitimar salários em atraso, impedimentos de inscrição, manobras financeiras é legitimar que todos os outros clubes e Sociedades Desportivas comecem a fazer das más práticas no futebol uma nova tendência», aponta.

Relativamente a supostos acordos com a Segurança Social, o presidente da SAD dos algarvios considera que «não se pode favorecer os  infratores em hipótese alguma e não se pode admitir que anualmente se façam novos acordos com a Segurança Social e Autoridade Tributária. Acordos que à partida se sabe que não serão cumpridos. »

Por último, Rodiney Sampaio declara que «o futebol deve privilegiar a informação transparente. A proveniência dos fundos tem que ser clara e não podem os TOC’s das sociedades desportivas assumir que o pagamento feito por terceiros confere um pagamento nos termos dos contratos de trabalho sob pena de eles próprios responderem em tribunal por falsas declarações», deixando ainda uma certeza: «Vamos ficar atentos a tudo para o bom do futebol português.»

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