Pinto da Costa: «Houve um atraso de 10 ou 12 dias assumido à UEFA»
Presidente do FC Porto e candidato da lista A em entrevista ao Porto Canal
Pinto da Costa falou sobre a composição da sua equipa e confirmou que João Koehler será um dos homens fortes das finanças na vice-presidência do FC Porto e falou sobre outros temas da atualidade, incluindo o acordo comercial com a empresa Ithaka. Mas foi sobre o ‘Fair Play ‘ da UEFA que admitiu, finalmente, que o FC Porto se atrasou nos seus compromissos por causa dos vários processos judiciais colocados por agentes de futebol que reclamavam dívidas.
«Temos cumprido com as nossas obrigações, e apenas tivemos alguns atrasos devido a ações legais de alguns empresários durante o período eleitoral, o que nos forçou a desviar fundos destinados a outros pagamentos, nomeadamente a clubes, para eles. Esses atrasos resultaram em cerca de 10 a 12 dias de atraso nos pagamentos. Informamos a UEFA sobre esta situação. A 31 de março, recebemos uma carta confirmando que tudo estava em ordem e que estávamos autorizados a estar nas próximas competições internacionais. Não há perigo iminente. É verdade que a UEFA pode aplicar multas a clubes por atrasos. Pode dar uma coima, pode acontecer ou não, até agora não fomos informados sobre isso.»
Outros temas abordados por Pinto da Costa:
Koehler e Pereira da Costa
«Ninguém vai pensar que um indivíduo de alta finança vai tomar conta do jurídico, que o Nuno Namora tomar conta do futebol ou o Oliveira das infraestruturas. Tive o cuidado de ter gente competente, com ambição e paixão. Tenho três homens que vestiram a camisola com grande sucesso, Vítor Hugo António Oliveira e Vítor Baía. Na outra lista vi coisas inacreditáveis, o vice das amadoras que nem sei o nome e na lista não aparece. Vi-o apresentar o Pereira da Costa que era iluminado e nem aparece nas listas nem pode votar porque só tem seis meses de sócio efetivo. Nenhum deles tem passado no FC Porto.»
Galeno, Francisco e… Luís André
«Em período eleitoral renovámos contrato por cinco anos com o Galeno, que é um dos grandes valores da nossa equipa. Não íamos renovar porque estamos em período eleitoral? Alguém duvida que o Francisco Conceição é jogador com lugar indiscutível na Seleção? Íamos deixar fugir? O Luís André [Villas-Boas] diz que tem um terreno no Olival. Se fez e tem tanta campanha, porque não mostrou o dele? Se calhar é porque os carros não chegam lá, não cabiam os carros todos.»
Crise desportiva
«Nos últimos quatro anos o FC Porto ganhou tantos troféus como Sporting, Benfica e SC Braga juntos. Não há crise de troféus. Nos meus mandatos com Sérgio Conceição já tivemos dez vitórias em troféus, podemos fazer o 11.º na Taça de Portugal. As receitas da Champions, que não vamos ter, são extraordinárias. Tornaram-se ordinárias, porque sempre estivemos lá. Vai faltar? Vai. Mas vamos ter outra. Fruto do trabalho da equipa e do treinador, vamos estar no Mundial de Clubes, onde nunca estivemos. Vamos receber 50 milhões de euros. Vamos perder a Champions, mas não é uma catástrofe. Não entra de um lado, mas entra do outro lado.»
Contrato de exploração do Dragão com a Ithaka
«É extremamente vantajoso para o FC Porto. Criticar o timing de sua realização é completamente injusto. Este contrato estava a ser negociado há dois anos, e irá melhorar consideravelmente o estádio, tornando-o mais funcional e esteticamente mais agradável. Estamos a receber 65 milhões de euros. Se tivéssemos falta de ética, teríamos solicitado o pagamento dos 65 milhões em abril. No entanto, isso não impediu a realização do negócio. Decidimos que os 65 milhões serão pagos em dinheiro até junho. Os candidatos eleitos já sabem que terão acesso a esse valor em junho. Aqueles que criticam têm a opção, até 1 de julho, de devolver o dinheiro e anular o contrato. Mas duvido que, quem quer que seja, decida anular um contrato tão benéfico. Onde está a falta de ética nisso? Este é um contrato de 25 anos, e o FC Porto não vendeu 30 por cento do estádio. Na verdade, estabelecemos uma nova sociedade na qual possuímos 70 por cento. Estudos realizados por empresas internacionais mostram que esses 70 por cento valem mais do que os 100 por cento atuais. E ao fim dos 25 anos, essa sociedade será completamente nossa.»