FC Porto Pepê procura recorde de resistência
Nunca, na longa história do FC Porto, um jogador superou a barreira dos 53 jogos numa época. Pepê está muito perto o fazer quando faltam ao FC Porto disputar duas partidas oficiais, uma já no sábado, contra o V. Guimarães, que encerra a participação dos azuis e brancos no campeonato, a outra a 4 de junho, a final da Taça de Portugal, no Jamor, frente ao SC Braga. Dois adversários minhotos que podem colocar o polivalente acima de nomes tão marcantes na vida dos dragões como foram Felipe, Vítor Baía, Hulk, Alex Telles, Herrera, Corona e Drulovic, todos eles capazes de explicar como se chega ao final de uma campanha com 53 desafios nas pernas.
Pepê tem também 53 jogos e pode chegar aos 55 se nenhum azar físico ou disciplinar se atravessar no seu destino. Apenas falhou um desafio, com o Anadia, na Taça de Portugal, no qual não saiu do banco. Ultimamente, tem sido lateral-direito na ausência de João Mário e depois de Wilson Manafá ter subitamente desaparecido do mapa de escolhas do treinador do FC Porto. A capacidade de preencher várias posições no terreno fundamentam a tese de que Pepê tem mais probabilidade de estar presente no onze, mas isso seria desvalorizar outras variáveis importantes na equação. Uma delas, relacionada com o desgaste físico e emocional parece não afetar minimamente o brasileiro, a avaliar pela disponibilidade com que se entrega ao jogo e pela forma desconcertante como explora o corredor direito. Ele que, curiosamente, foi contratado para ser extremo esquerdo e fazer sombra a Luis Díaz, missão espinhosa que o obrigou, por assim dizer, a descobrir outras zonas do terreno que lhe eram relativamente desconhecidas no Brasil. Conceição viu nele perfil para múltiplas tarefas, mas viu, sobretudo, um jogador com espírito de missão e abertura para emprestar a sua qualidade ao coletivo, independentemente da complexidade da tarefa.
Pepê, de 26 anos, não chegou aos dragões barato, mas foi uma contratação certeira. Ou seja, olhando o custo/rendimento, os €15 milhões pagos pelo FC Porto ao Grêmio, em 2021, representaram um investimento com retorno desportivo imediato e que ameaça, se calhar dentro de pouco tempo, representar um encaixe financeiro importante para a SAD. Pepê tem passaporte italiano e a expectativa de que o seu excecional rendimento nos azuis e brancos lhe traga a notícia tão desejada: a primeira chamada à seleção do Brasil. Se isso vier a verificar-se nos tempos mais próximos é seguro que os muitos clubes que têm seguido, especialmente da Premier League, eliminarão barreiras económicas para procurar seduzir jogador e FC Porto. O contrato de Pepê, renovado no ano passado, vai até 2027 e a cláusula de rescisão está fixada em € 70 milhões.