«Parece-nos evidente que o FC Porto está em falência operacional»
André Villas-Boas

«Parece-nos evidente que o FC Porto está em falência operacional»

NACIONAL23.04.202409:02

André Villas-Boas, candidato da Lista B à presidência do FC Porto, diz que há três bancos com interesse em renegociar dívida

André Villas-Boas, candidato da Lista B à presidência do FC Porto, afirma que os bancos internacionais de investimento JPMorgan, Morgan Stanley e Goldman Sachs estão interessados em renegociar a dívida dos dragões.

«Sentámo-nos com três dos principais bancos do mundo e todos mostraram interesse em trabalhar com o FC Porto para a renegociação da dívida. Já é bom sinal que exista essa abertura. Depois, iremos lutar pelas melhores condições quanto às taxas de juro futuras», revelou, em entrevista à Lusa.

«Quando ouvimos a outra candidatura a falar que a banca internacional cobra juros muito superiores, realmente não sabe do que fala. Basta consultar os prospetos dos bancos e entender que eles raramente ultrapassam os 7% em reestruturação da dívida dos clubes. Mas, como há interesse próprio em financiar o clube a taxas bem acima de oito, nove ou 10%, naturalmente que isso afasta todo e qualquer interesse em ir a mercado», prosseguiu.

Villas-Boas critica um «cenário financeiro triste»: «O FC Porto foi a mercado sem ter procurado as soluções ótimas, mas as mais rápidas e bem mais penosas nos custos da operação e do juro. Fê-lo em claro conflito de interesse com as pessoas que rodeiam o clube atualmente, mas sem se salvaguardar de melhores idas a mercado. Um clube que acumula €250 M em passivo e que paga €27 M aos seus administradores muito provavelmente assusta muitos e bons investidores, que se querem atravessar com o bom nome do FC Porto, mas não o fazem pela falta de credibilidade de algumas pessoas que o governam.»

O candidato à presidência dos azuis e brancos falou ainda numa «falência operacional» do clube: «Parece-nos evidente que o FC Porto está em falência operacional e não tem ‘cash flow’. Está a antecipar cada vez mais receita e sujeita-se a subscrições privadas de capital e a parcerias comerciais para ter injeção de capital e poder-se manter à tona de água. São sinais claros de falência operacional, que nos assustam muito. Uma dívida e um passivo destes não se reformatam em absoluto em três anos, mas bem mais a longo prazo, que, infelizmente, é para onde temos de olhar, mas mantendo capacidade competitiva.»

André Villas-Boas admite ir ao mercado «procurar diversos tipos de investimento» para financiar a edificação do centro de alto rendimento idealizado no Olival: Serão questões para avaliar. Ir ao mercado é fundamental, mas em busca das melhores parcerias. Antes, temos de nos sentar para ver os contratos que estão estabelecidos do outro lado [por Pinto da Costa] em relação à academia na Maia, até porque me interessa muito que o FC Porto não perca tempo de construção ou se meta no futuro em questões burocráticas. Para questões burocráticas já chegam as que levaram à não concretização da academia em Matosinhos, que esta direção demorou oito anos a resolver.»

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