Pany Varela: «Gostamos destes jogos e estamos preparados»
Pany Varela, 35 anos, dá a receita para o Cazaquistão: «Ambição, humildade e jogar sem receio». Foto: Miguel Nunes

Pany Varela: «Gostamos destes jogos e estamos preparados»

FUTSAL08:00

Ala faz em exclusivo para A BOLA a antevisão ao jogo com o Cazaquistão. Aos 35 anos, não pensa muito no futuro. «Quero desfrutar deste Campeonato do Mundo como se fosse o último», frisa

ANDIJAN — É uma figura incontornável da história recente do futsal nacional. Nascido no marcante Tarrafal, a norte da ilha de Santiago, em Cabo Verde, Pany Varela ganhou tudo o que pode ganhar um profissional da modalidade. Duas vezes campeão da Europa, também campeão do Mundo, foi considerado o segundo melhor jogador do Mundial da Lituânia, há três anos, e foi duplamente condecorado como Comendador.

Persegue, aos 35 anos, o bicampeonato mundial, e, em exclusivo a A BOLA, fala da primeira palavra que lhe passa nestes dias pela cabeça: «concentração.» «Concentração máxima para as tarefas que individualmente tenho de fazer para colocar ao serviço da equipa.»

Um espírito que o experiente internacional português sabe ser determinante frente ao Cazaquistão, esta quinta-feira. «Sabemos que existe muita qualidade do outro lado, mas também deste lado existe muita. Temos de fazer tudo o que está ao nosso alcance para conseguir a vitória», salienta. 

Pany Varela deixa claro que o primeiro grande objetivo de Portugal «era passar no primeiro lugar do grupo», diz, «sem nenhuma arrogância». «Sabíamos que o cruzamento podia ser esse», atalha quando confrontado com a possibilidade de Portugal jogar oitavos e quartos com os dois últimos adversários do Mundial de 2021 (Cazaquistão e Argentina).

E deixa a promessa de «jogar sem receio nenhum, com a ambição de sempre e com humildade, sabendo quais são as capacidades de Portugal e as do adversário».

Quanto ao espetáculo dado por França e Irão na última jornada da fase de grupos, o ala que trocou o Sporting pelo Al Nassr concorda que «não foi bonito», mas logo sustenta que «cabe aos responsáveis máximos pensarem e tomarem decisões sobre isso», e conclui que «as ações ficam com quem as pratica».

Leo, um dos brasileiros naturalizados cazaques, será a grande ausência da equipa asiática — cumpre um jogo de suspensão, após expulsão frente à Nova Zelândia. Pany Varela, que conhece bem a coletivo e a capacidade individual do adversário das quinas, lembra que «mais importante do que quem não está presente é quem está presente, porque esses é que podem interferir diretamente no jogo», para de imediato sublinhar que «o Cazaquistão vale pelo seu todo, com praticantes de topo mundial, a um nível muito alto».

«O tipo de jogos de que nós também gostamos e estamos preparados para eles», remata.

O encontro com a equipa cazaque constitui, para o ala que já representou Benfica, Belenenses, SL Olivais, Fundão e Sporting, a 103.ª internacionalização A. Uma longa e muito bem sucedida vida desportiva, deixando Pany Varela, a propósito do futuro próximo na Seleção Nacional, uma garantia: «Para mim, trata-se de desfrutar este Campeonato do Mundo como se fosse o último, e da mesma forma que encarei o último Campeonato do Mundo.»

O raciocínio claro de alguém que sabe estar a viver momentos sempre únicos. «Pretendo dar o melhor de mim, ser útil à Seleção, porque foi com esta mentalidade que cá cheguei e é com ela que cá estou.»