Os destaques do SC Braga: Ricardo Horta ao seu estilo e Matheus a apagar fogos
Capitão do SC Braga criou as duas melhores oportunidades da equipa; traído por erros da sua defesa, guardião evitou o descalabro; João Moutinho a pedir parceiro mais ‘musculado’
A figura do jogo: Ricardo Horta (7)
No jogo 350 pelo SC Braga só lhe faltou mesmo o golo, que procurou e fez por merecer num palco de eleição. O lance mais óbvio foi a bola ao poste, quando ainda havia 10 minutos para jogar. Vindo da direita para explorar o corredor central e abrir espaço para rematar, o capitão do SC Braga forçou Meret à defesa mais apertada da noite, num disparo cheio de pólvora — o voo do guardião napolitano foi espetacular e decisivo naquela fase da partida. Na realidade, Ricardo Horta foi igual a si próprio, dinâmico, atrevido, empreendedor, com rasgo num jogo em que a identidade do SC Braga apareceu e desapareceu mediante a vontade e o desejo do Nápoles.
MATHEUS (6)— Batido de forma inglória em lances estranhos. A começar pelo autogolo de Serdar: de nada lhe valeu a sua elasticidade na tentativa de evitar que a bola entrasse. No golo de Osimhen, a bola bateu nos dois pés do nigeriano, que tentava marcar de calcanhar, e iludiu o guardião. Evitou o descalabro em três intervenções decisivas, numa delas a voar para evitar golo de Politano (47’), nas outras duas a tirar a festa a Anguissa e Kvaratskhelia.
VICTOR GÓMEZ (5)— Procurou explorar o flanco direito para dar mais força à vaga de ataque. Problema: naquela tabela entre Kvaratskhelia e Natan deixou o odioso da questão para os centrais e deu no 2-0. Longe do que já fez esta temporada. Passe bom para Ricardo Horta disparar ao poste.
JOSÉ FONTE (4) — Natan passou por ele em excesso de velocidade no segundo golo napolitano e o bracarense nem conseguiu tirar-lhe a matrícula. Abordagem completamente fora de tempo e por azar Serdar também esteve mal a compensar.
SERDAR (4)— Uma infelicidade tremenda no autogolo. Basicamente ia a passar e a bola bateu-lhe no pé e enganou Matheus. Lento na reação à entrada fulgurante de Natan para assistir Osimhen, depois de falha de José Fonte. Uma dobra mal executada que custou caro ao SC Braga.
BORJA (4) — O autogolo de Serdar nasce de um lançamento lateral onde, claramente, o colombiano não calculou bem timing para criar pressão sobre Politano, acabando batido em velocidade pelo internacional italiano, que cruzou para o turco trair Matheus.
JOÃO MOUTINHO (6)— Não sabe jogar mal, mas talvez na 1.ª parte tenha sentido a ausência de uma companhia mais musculada — como Vítor Carvalho, por exemplo, ou Al Musrati — para diminuir a influência de um criativo do calibre de Zielinski. Ainda assim, tal como Ricardo Horta e Matheus, esteve ao seu nível num jogo de exigência máxima. Nem todos saíram de Nápoles com autoridade para dizer o mesmo...
ZALAZAR (4) — Não teve muitas ocasiões para injetar o seu poderoso pontapé. Fê-lo num livre, mas o disparo saiu fácil para Meret (12’). Navegou por águas turbulentas, o Nápoles não foi macio a discutir as primeiras e segundas bolas e aos poucos o uruguaio foi desaparecendo de cena.
PIZZI (4) — Atuou como referência criativa nas costas de Banza, mas foi uma metade de jogo parca em ideias e em ações, tirando uma aparição aos 4’ em que ganhou espaço na área e rematou contra Juan Jesus. Rendido por Abel Ruiz ao intervalo.
BRUMA (5) — Abriu as hostilidades aos 4’, com um remate forte, mas sem a direção desejada. Perto do intervalo, nova oportunidade, e das boas, mas o remate saiu fraco e frontal, Meret agradeceu. Vindo de uma lesão recente, acusou a fadiga a meio da segunda parte.
BANZA (6) — Não marcou, mas deu muito que fazer à dupla de centrais formada por Juan Jesus e Rrahmani e teve o mérito de nunca dar uma bola ou lance por perdidos. Desacompanhado, não foram muitos os cruzamentos que lhe chegaram em boas condições.
ABEL RUIZ (4)— Cabeceamento para as mãos de Meret (59’), foi o melhor que conseguiu. fugas esporádicas para as alas para escapar às marcações, a realidade é que o espanhol não trouxe ao ataque bracarense mais poder de fogo.
AL MUSRATI (5) — Entrou aos 68’ depois de um longo período de ausência (lesão dia 8 de novembro) e ainda conseguiu encontrar algumas linhas de passe numa fase de maior descontração do Nápoles. Entrou bem e pode ser peça importante para o jogo contra o Benfica, domingo.
JOE MENDES (-) — Pouco depois de entrar viu cartão amarelo. Jogo sem muita história, os azzurri estavam em modo gestão...
ANDRÉ HORTA (-) — Formou parceria com Al Musrati e com os dois o SC Braga ganhou mais consistência no meio-campo.
RONY LOPES (-) — Ultimo trunfo lançado por Artur Jorge, não teve tempo para fazer a diferença.