O desejo de que Rafa fique e o 'feeling' de Marcos Leonardo: tudo o que disse Schmidt após o Rio Ave
Roger Schmidt abraça Aursnes, no jogo com o Rio Ave. Foto: Miguel Nunes/ASF

O desejo de que Rafa fique e o 'feeling' de Marcos Leonardo: tudo o que disse Schmidt após o Rio Ave

NACIONAL14.01.202421:27

Treinador do Benfica explicou dificuldades no jogo, revelou que «todos» querem que o extremo continue, desvalorizou críticas do técnico do Rio Ave ao árbitro e elogiou o jovem avançado

— Qual a sua opinião sobre o jogo e sobre as sete vitórias seguidas do Benfica em todas as provas?

— Foi um jogo muito difícil. Foi óbvio que estávamos um pouco cansados, menos frescos e concentrados. Jogámos contra uma equipa muito boa, disciplinada, compacta, jogadores correm muito, com intensidade. E quando isso acontece e estamos mais lentos é difícil criar bons momentos ofensivos. Tivemos de sofrer. O mais importante foi aceitarmos que estava a ser difícil, mas precisávamos dos três pontos. Foi o que a equipa fez. Não produzimos um futebol fantástico, mas, sobretudo depois do intervalo, futebol inteligente. Tivemos sorte no momento certo, mas marcámos quatro golos, criámos oportunidades. Temos de ganhar estes jogos. Nalguns jogos, quando tudo é bom, ganha-se. Mas nestes precisamos da mentalidade certa e aceitar que o adversário, às vezes, também pode produzir bons momentos. Estou muito feliz por conquistarmos os três pontos. Acreditamos que merecemos. Não me importo com as sete vitórias seguidas, mas com os jogos que temos de vencer em todas as competições. Não estou muito interessado nas estatísticas, estou interessado em estarmos bem na sexta-feira [jogo com o Boavista], que será um jogo difícil.

— O Benfica, com dificuldades, consegue arranar soluções para ganhar?

— Sim, foi isso que disse. Conseguimos sempre criar oportunidades, mesmo hoje, contra um adversário compacto, isso é extremamente importante. Quando temos 60 jogos, nem sempre os jogadores estão frescos, nem tudo é perfeito, nem sempre os jogadores estão na melhor forma. E temos de ganhar os jogos difíceis. Hoje foi difícil. Jogadores tiveram uma boa atitude. Falámos ao intervalo e os jogadores sabiam que tinham de deixar tudo em campo e que precisávamos de jogadores frescos para entrar.

— Com o SC Braga, Benfica sofreu golos cedo na primeira e segunda partes. Rio Ave marcou cedo na primeira e esteve perto de marcar no início da segunda. É um problema de concentração ou é algo mais?

— Cada jogo precisa de ser analisado individualmente, comparar jogos é difícil. Talvez não tenhamos estado ao mais alto nível nesses momentos, talvez estivéssemos um pouco cansados. Não dominámos a 100 por cento as situações defensivas, tivemos de defender em vários momentos, mesmo na área, passámos momentos difíceis. Mas foi porque Rio Ave esteve muito bem, temos de respeitá-los, é melhor que a classificação mostra, está a jogar bem. Quando não estamos na melhor forma física, às vezes não estamos bem taticamente com a bola e não criamos tantas oportunidades. Temos de aceitar isso. Não podemos estar ao nível máximos em todos os jogos. E estes temos de ganhar.

— Treinador do Rio Ave criticou arbitragem, disse que foi importante para o desfecho do jogo. Qual o seu comentário?

— Não sei exatamente do que se queixava. Também me poderia queixar, houve duelos em que talvez tivessem ficado faltas por marcar a nosso favor. Não conheço a opinião dele sobre a arbitragem. Os dois amarelos e vermelho foram claros, os golos limpos, não houve nada para se queixar. Mas não vi as imagens, nem ouvi o que disse.

— O resultado é justo?

Rio Ave merecia mais, jogou bem, mas demonstrámos que conseguimos lutar e depois do vermelho também mostrámos uma boa qualidade e decidimos jogo de forma inteligente. Até poderíamos ter marcado. É sempre difícil de falar de justiça no futebol. No fim, importa o resultado: marcámos quatro e eles um.

Rafa já pode assinar por outro clube. Benfica descarta um jogador tão influente? Será Rollheiser o substituto?

— Claro que gostaria de ter Rafa enquanto for treinador do Benfica, isso é claro, todos querem, o presidente, os colegas. É futebol e temos de respeitar a opinião dos jogadores. Ele já jogou oito épocas no Benfica, é muito tempo, está a fazer uma coisa especial, não é habitual, mostrou já o quanto ama o clube. Mas temos de respeitar a decisão dele neste momento da carreira, ele merece isso. Gostaria de trabalhar com ele nas próximas épocas, mas temos de perceber que é uma decisão importante para ele. Independentemente do que decidir, irei respeitá-lo. Ficaria feliz se ficasse.

— Que avaliação faz a Marcos Leonardo? Em breve poderá jogar com dois avançados?

— Estou muito contente com Marcos Leonardo. Sabem como são avançados, quando dão esse grande passo para a Europa, em particular para um grande clube como o Benfica, é muito importante marcar. Ele ficou feliz e nós também. Demonstrou nos treinos que é um avançado com muita qualidade, com excelentes timing e bom feeling do jogo, é por isso que o senti preparado para jogar. Precisa de mais jogos e mais semanas para chegar à melhor forma. Chegou depois de férias, está a melhorar, ganhou confiança e reconhecimento dos adeptos, são sinais muito bons. Pode jogar ao lado de outro avançado, sim.