Luís Freire: «Ou são exigentes para todos ou vão lá falar do tempo útil...»
Técnico do Rio Ave mostrou-se orgulhoso da equipa, e lamentou a expulsão de Santos
O Benfica derrotou o Rio Ave por 4-1 no último jogo da primeira volta da Liga. Na conferência de imprensa pós-jogo, Luís Freire, treinador do Rio Ave, considerou que a expulsão de Santos foi injusta e que a equipa podia ter discutido o resultado até ao fim com onze em campo.
— Vimos um Rio Ave muito atrevido e organizado na primeira parte. Em que momento do jog é que considera que a equipa perdeu o controlo para sofrer uma derrota tão pesada?
— Em relação ao que se passou aqui, o Rio Ave foi uma equipa que entrou personalizada, com personalidade, sem problemas em ter a bola. Estudámos bem o Benfica. Os jogadores do Rio Ave têm qualidade, são jovens, com capacidade para assumir o jogo. Vieram e assumiram com coragem o jogo aqui na Luz, talvez o campo mais difícil do campeonato. Na primeira parte o Trubin fez duas grandes defesas, controlámos bem o Benfica na primeira parte, metemos muitos jogadores dentro da área. Os jogadores foram muito corajosos. Condicionámos muito o Benfica, e na segunda parte entrámos com duas oportunidades para fazer o 2-1, por mera infelicidade a bola não entrou.
Destacar muito o que os jogadores fizeram quando esteve 11 contra 11. O momento que desequilibra o jogo, metam-se no lugar do treinador do rio ave, dos jogadores, dos adeptos… muitas vezes só se olha para o Benfica. Eu venho da distrital, fiz um caminho muito longo para chegar aqui, e acho que o primeiro amarelo do Santos não é amarelo, e a seguir vai para a rua. Foi aí que ficámos condicionados. O Benfica faz o 2-1 num lance duvidoso, onde o meu jogador foi carregado nas costas. A seguir faz o terceiro, e o quarto, porque é melhor, é campeão e tem grandes jogadores. Mas 11 contra 11 disputámos o jogo. O jogo não teve um árbitro à altura. Quero ver o que vão dizer amanhã. A partir da expulsão, Benfica melhor, parabéns.
— Se não fosse a expulsão, levava um resultado positivo?
— Não sei, isso ninguém sabe e não vou ser arrogante e dizer isso. Sei que estávamos a jogar bem, sabemos que é difícil jogar contra o Benfica, grande clube, respeito máximo, não tem nada a ver com isto, mas a nossa equipa merece respeito. Quando ouço as pessoas a falar, parece que é um campeonato a três ou quatro equipas. Mas há 18 equipas, merecem respeito. Pelo que fizemos, merecíamos justiça de igual forma. O Benfica não tem culpa disto, mas se ganhasse 11 para 11, dava os parabéns à mesma. Não sabemos o que aconteceria com 11.
— Acha que há falta de qualidade de árbitros?
— Vejo duas equipas do campeonato português a jogar, as duas. Depois há uma falta que não era amarelo, segundo amerelo, rua. Golo duvidoso… o que sinto é, não criticando um ou dois ou três, sinto que custa estar deste lado, discutir o jogo e de repente ficamos fora de jogo, com mérito do Benfica, claro, mas não fizemos nada ilegal para ficar com dez. Pedem tempo útil aos treinadores, que joguem, e quando jogamos, são estas coisas que se sentem. Ou são exigentes para todos, ou vão lá falar do tempo útil de jogo…
— O Rio Ave termina a primeira volta sem vitórias fora de casa. Resulta do quê, de não irem ao mercado há duas janelas? O que se passa?
— Imagine que os clubes não podem vender nem comprar, e têm de se aguentar na primeira liga, e subir da segunda para a primeira, e lançar jovens, e está na luta. Estamos a um ponto da nossa luta, só dependemos de nós para atingir objetivos. A jogar assim, a equipa vai conseguir os pontos que são precisos. Às vezes não olham para as dificuldades dos outros clubes. O ataque do Benfica, os dois jogadores foram comprados por 40 milhões. O Rio Ave foi comprado por 20. Está mais ou menos respondido.