FC Porto-Estoril, 4-0 O desabafo de Ian Cathro: «Sou estrangeiro, estou a tentar ao máximo falar em português...»
Técnico escocês do Estoril na conferência de imprensa após o jogo
Declarações de Ian Cathro, treinador do Estoril, no rescaldo da goleada sofrida pelos canarinhos no Dragão (0-4), em duelo da 10.ª jornada da Liga.
— Como analisa a exibição do Estoril, que ficou em desvantagem de dois golos ainda na primeira parte?
— É duro chegar àquele momento do jogo com esse resultado. Não reflete a nossa entrada no jogo. Temos de viver na realidade. Para sermos um Estoril melhor, temos e aceitar o que acontece. Temos de melhorar nesse aspeto.
— Na antevisão ao jogo tinha dito que queria competir com o FC Porto. Considera que a equipa do Estoril conseguiu fazê-lo apesar da derrota expressiva?
— Na antevisão do jogo, falei sobre o que é competir e também disse que o que havia dito não era para fugir ao nosso objetivo, que é ganhar todos os jogos. Vi que escreveram algumas palavras, que eu disse que não acordo e saio da cama a pensar em ganhar. Não foram as minhas palavras. Sou estrangeiro aqui, estou a tentar ao máximo falar em português. Às vezes falo bem, às vezes não. Não gostei disso, acho que foi uma falta de respeito da imprensa para comigo. Vou continuar a fazer um esforçar-me, porque adoro estar aqui e gosto de tentar falar português, mas se continuar assim, vou ter de falar inglês.
— O que faltou ao Estoril neste jogo? Os dois golos na primeira parte deitaram por terra a esperança da equipa?
— Os golos mudam jogos, isso é verdade no mundo interio. O mais difícil era conseguir manter o nível de intensidade em todas as ações. Esse resultado [0-2] complicou para o que faltava do jogo. Mostrámos a nossa capacidade de competir no início do jogo. Com mais dificuldades na parte final, e mais erros, mas acho que conseguimos vir cá competir. Competir é tentar ganhar todos os jogos.
— Como viu o gesto de fair-play de Pepê, aquando da lesão de Pedro Amaral?
— Não estava muito atento a isso. Depois do jogo, falaram-me do gesto. Tenho muito respeito por isso. É um momento que vale a pena. Ajuda o futebol aqui.
— Kévin Boma cometeu alguns erros ao longo do jogo e ‘ofereceu’ o 2-0 ao FC Porto. Passou-lhe pela cabeça substituir o jogador, até para o proteger, depois da exibição menos conseguida?
— Não gosto de falar muito sobre isso, mas quero dar uma palavra ao Kévin. Raramente falo individualmente sobre os jogadores. O Kévin cometeu erros, sim, mas vai crescer muito connosco. Não tenho dúvida nenhuma de que vai ter uma grande carreira. No Estoril não temos os jogadores feitos, estão a sair do forno. Vou ajudar o jogador e todos os colegas.