O craque Debast, Kovacevic e o apelo para ninguém desistir do Sporting: Tudo o que disse Rúben Amorim
Rúben Amorim, visivelmente marcado pela derrota, abordou vários temas, com destaque para os elogios a Debast e a surpresa pela capacidade física de Gyokeres
- Como se explica perder um jogo quando se está em vantagem de três golos antes da meia hora de jogo?
- É complicado encontrar uma explicação. O golo do Galeno teve algum impacto no jogo, deu esperança ao FC Porto, mas até ao 3-2, em que tivemos ali um período em que devíamos ter segurado mais a bola, tirando os primeiros 5/7 minutos em que fomos algo precipitados, a partir do primeiro golo até ao fim estivemos sempre mais perto de marcar. Sofremos dois golos muito rápidos e na primeira poderíamos ter matado o jogo. Mudou sobretudo essa parte psicológica que por vezes é complicado dar a volta. Temos de ser melhores e acho que o golo do Galeno é o momento do jogo porque estávamos tão perto do quarto golo…
- Mexeu na equipa aos 80 minutos… não sentiu que era necessário colocar gelo mais cedo no jogo?
- Senti que a equipa estava a jogar bem, a ter o controlo do jogo, mesmo antes do 3-2. O FC Porto nem conseguia pressionar. Sofremos um golo num lançamento… a seguir devíamos ter mais bola. Só mexi quando senti que o Morita perdia as segundas bolas e estava um pouco cansado, até lá sentia a equipa a jogar bem.
- O FC Porto resistiu nunca ter colocado um ponta de lança. Isso surpreendeu-o? E muita gente jovem? Vai ter cuidado especial após jogo destes?
- Sabemos que este jogo vai ter algum impacto. Na preparação, nos adeptos… porque deve ter. Perder desta maneira tem de ser assim. O que sei preparar os jogadores é bater nas nossas rotinas na forma de jogar. Importante é não pensar dois jogos a frente. É tão difícil hoje que não vamos compensar vencendo dois jogos de uma só vez. Nem pensei nisso. Senti sempre estava na frente do jogo e com 3-0, mais perto do quarto, não podemos sofrer com lances ‘dados’.
- O que diz aos adeptos? Gyokeres parecia estar a arrastar-se… no campo. Teme que confiança em Kovacevic vá diminuindo?
- Começando já por Gyokeres não senti que estivesse a arrastar. Senti que estava cansado e já sabíamos isso e até aguentou melhor do que estava a pensar. Conseguiu levar a bola muitas vezes para a frente e não senti nada disso. O que digo aos sportinguistas? Que vamos continuar a trabalhar. Já vivemos estes momentos e aprender com o passado. Nada do que possa dizer vai melhorar. Estamos todos a sofrer. Em relação a Kovacevic é continuar a trabalhar e quando perdemos… perdemos todos. Não apontamos o dedo a ninguém nestes momentos.
- Não há muito tempo para preparar o próximo jogo, mas olhando para esta Supertaça, o que há de premente para mudar e melhorar?
- Momentos do jogo. Matar o jogo quando temos oportunidades. Definir melhor quando estamos em vantagem numérica e com espaço na frente e sentir que qualquer jogo está em aberto exceto num 4 ou 5-0. É uma lição para nós. Não consigo chegar ao pé da equipa e dizer que jogámos mal.
- Este resultado decorre por mérito do FC Porto ou demérito do Sporting?
- É impossível dizer que não há demérito de uma equipa que está a ganhar 3-0 com o jogo controlado. Mérito do FC Porto que acreditou. Não há uma coisa sem a outra. Fomos ingénuos mas controlámos sempre o jogo.
- É complicado individualizar mas o Debast teve um erro que ditou o golo de Galeno que já apontou como momento do jogo. Sente é preciso trabalhar mais com ele? Almoço de presidentes… foi importante?
- Debast foi a primeira bola.. roubaram-lhe a bola e o número de passes que acertou. Mas defesa ou guarda-redes com um erro marcam muito. Eu acho que contratámos um craque. Estou muito satisfeito e não o trocava por nenhum central do mundo. Portanto perdemos um titulo, perdemos todos, e já passamos por isto. Talvez o Lask seja equivalente. Os sportinguistas que não desistam já de nós.