Nova vida para dois no Benfica

NACIONAL07.09.202421:00

Arthur Cabral com perspetiva de época totalmente diferente e Renato Sanches a correr por mais

A saída de Roger Schmidt e a entrada de Bruno Lage no comando do plantel do Benfica trará novidades na equipa e no futebol dos encarnados e há dois jogadores, em particular, que podem beneficiar desta mudança e do momento no Seixal.

Um deles é Renato Sanches, médio centro de 27 anos que chegou por empréstimo do PSG até final da época, com uma opção de compra de €10 milhões.

Renato Sanches foi formado no Seixal e voltou, também, para relançar em casa uma carreira marcada por lesões. Ainda não estará pronto para jogar 90 minutos, mas no último jogo, em Moreira de Cónegos (1-1), entrou depois do intervalo, substituindo Florentino (tinha cartão amarelo), e fez uma exibição muito interessante. Com ele a equipa cresceu ofensivamente e Renato foi, inclusivamente, considerado por A BOLA o melhor jogador do Benfica em campo.

Renato Sanches poderá aproveitar a ausência de companheiros nas seleções nacionais e os primeiros dias de trabalho de Bruno Lage para de alguma forma ganhar vantagem para se afirmar como opção consistente, e não somente de recurso.

Roger Schmidt jogava com dois médios essencialmente defensivos, Florentino Luís e Leandro Barreiro, mas com Lage as características do onze devem mudar e Renato pode ter mais espaços nas opções.

Uma nova era pós Roger Schmidt

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O outro jogador nesta altura a trabalhar no Seixal que olha para uma nova vida no plantel é Arthur Cabral. Neste caso, deve mesmo representar uma perspetiva completamente nova de temporada para o ponta de lança brasileiro.

Arthur Cabral foi contratado no início da época passada, aos italiaos da Fiorentina, por €20 milhões (mais €5 milhões possíveis em bónus), mas a adaptação do jogador não foi fácil e nunca plena em relação às ideias de jogo de Roger Schmidt e ao que o treinador alemão pretendia dos seus homens de ataque; mesmo que Cabral tenha finalizado 2023/2024 com 11 golos e três assistência em 43 jogos.

Em consequência disso, o Benfica foi ao mercado contratar Vangelis Pavlidis — o internacional grego chegou do AZ Alkmaar a troco de €18 milhões — e a SAD benfiquista manteve-se disponível para negociar a saída de Cabral nos últimos meses. Não entraram propostas verdadeiramente interessantes para clube e jogador — teve algumas possibilidades em Inglaterra, na Arábia Saudita e no Brasil, de onde o Corinthians insistiu até muito perto do fecho do período para transferências — e Arthur Cabral ficou no plantel, partindo, porém, atrás de Pavlidis e de Marcos Leonardo. A saída deste último, num impressionante negócio de €40 milhões, para os árabes do Al Hilal, manteve Arthur Cabral nas águias.

Com a saída de Roger Schmidt e a chegada de Bruno Lage, Arthur Cabral goza, também, de um cenário mais favorável para se afirmar e provar as capacidades que no Benfica, na realidade, todos sempre lhe reconheceram, apesar de ele não ter casado bem com a ideia de jogo de Schmidt.

O facto de não estar na seleção e de arrancar de início com Lage também servem de motivação ao brasileiro.

No vídeo publicado sexta-feira lo passada pelo Benfica, do primeiro treino de Bruno Lage, são sintomáticas as imagens de Arthur Cabral comprometido na sessão e até a concretizar um golo.

Mesmo com Schmidt, a informação que o treinador alemão foi revelando foi sobre um Arthur Cabral a «trabalhar muito» nos treinos, razão pela qual, mesmo perante a possibilidade de saída, Schmidt manteve o nome do brasileiro nas últimas convocatórias.

Agora, Cabral lutará com Pavlidis para ser a referência atacante.