Não há quem pague a cláusula de Diogo Costa

FC Porto Não há quem pague a cláusula de Diogo Costa

NACIONAL27.06.202321:42

Chelsea, Manchester United e Bayern Munique. Nenhum destes clubes está na disposição de pagar a pronto, mesmo com a possibilidade de recorrerem ao mecanismo factoring - os 75 milhões de euros que constam na atual cláusula de rescisão de Diogo Costa.

É o montante exigido por Pinto da Costa para libertar os direitos económicos da joia da coroa do plantel orientado por Sérgio Conceição, mas a SAD, face à ausências de propostas elevadas, pretende assumir o risco de no segundo semestre do Exercício e Contas referente a 2022/2023 haver prejuízo. É uma mudança de paradigma, isto depois de Fernando Gomes ter vindo a público revelar que o FC Porto teria obrigatoriamente de fazer 50 milhões de euros em mais-valias até sexta-feira.


Apesar do risco iminente de o clube voltar a entrar em incumprimento das regras do 'fair-play' financeiro da UEFA, que determina que balanço dos últimos três anos o prejuízo não ascende os cinco milhões de euros.


Jorge Mendes, agente de Diogo Costa e mandatado por Pinto da Costa para transferir o jogador para a Premier League, não conseguiu até à data convencer tanto o Manchester United, o Chelsea e o Bayern Munique a depositarem de uma assentada 75 milhões de euros nos cofres portistas.


No primeiro semestre da época que findou agora, os dragões apresentaram já um prejuízo de 9,891 milhões de euros, daí que não possam ir além de um montante deficitário em 2022/2023 de 45 milhões de euros no total.


Não restam dúvidas, portanto, que os responsáveis azuis e brancos terão de engendrar um plano financeiro que lhe permita não ultrapassar a linha traçada pela UEFA, sob pena de sofrer graves consequências, que, dependendo dos montantes em causa, pode implicar mais do que uma simples multa.


Mas parece que a cúpula da administração tem plena consciência da realidade e dos riscos inerentes que corre neste momento, mas está determinada em não ver delapidado o seu património humano, deixando a equipa de Sérgio Conceição sem as suas principais armas e, neste caso concreto, referência.


PLANO EXEQUÍVEL?


Há, ainda assim, uma natural preocupação nos gabinetes da SAD, pois a maioria entende que é necessária fazer pelo menos uma venda considerável que permita que a situação financeira seja mais desafogada e possibilite olhar para o futuro imediato em termos de liquidez com alguma margem de segurança.


Uma coisa é certa: Pinto da Costa sempre foi perentório nas várias intervenções públicas que teve, assegurando aos sócios e adeptos do FC Porto que jamais venderia abaixo das cláusulas de rescisão. Falta saber se a situação económica do clube lhe permitir cumprir aquilo que tem dito publicamente.