Mão no peito e fé em Mamardashvili (crónica)
Golo da Chéquia. EPA/FILIP SINGER

Geórgia-Chéquia, 1-1 Mão no peito e fé em Mamardashvili (crónica)

INTERNACIONAL22.06.202415:58

Checos tiveram mais oportunidades, mas foi o georgiano Lobzhanidze a falhar o golo que daria a vitória no último lance do jogo

Georgi Mamardashvili segurou um empate agridoce para a Geórgia. Os estreantes conquistaram o primeiro ponto em fases finais de Campeonatos da Europa, mas até podem ficar a lamentar ter deixado fugir a vitória. ainda que esse feito fosse bastante penalizador para a Chéquia. A equipa de Willy Sagnol tem muita alma, mas só graças à qualidade do seu guarda-redes conseguiu segurar um resultado (ainda assim) histórico.

A Geórgia entrou em campo de peito feito, mas esse atrevimento não se traduziu depois em capacidade para dividir o jogo. Antes do quinto minuto de jogo já Mamardashvili tinha sido chamado a intervir três vezes para negar o golo à Chéquia.

Depois da derrota com Portugal, o selecionador Ivan Hasek lançou o benfiquista David Jurásek de início, assim como Cerny e Hlozek , com o intuito de dar um pendor mais ofensivo à equipa. Apesar do domínio territorial, a Chéquia socorreu-se sobretudo dos lances de bola parada para criar perigo, e ao minuto 23, na sequência de um lançamento lateral longo, festejou um golo anulado com recurso ao VAR, já que a bola ressaltou da cara para o braço de Hlozek.

A Geórgia procurava sair em transição rápida, mas parecia bater insistentemente no muro checo, ao não conseguir juntar discernimento à coragem. Surpreendentemente, a equipa treinada pelo francês Willy Sagnol foi para o intervalo em vantagem, graças a um penálti convertido Mikautadze, a punir mão na bola de Hranac, que já estado associado aos dois golos de Portugal na ronda inaugural.

Uma fantástica defesa de Mamardashvili, ainda antes do intervalo, a negar o golo a Schick, lançou os dados para a segunda parte. A primeira ocasião até foi da Geórgia, com Mekvabishvili a concluir um contra-ataque com um remate ao lado, mas a etapa complementar foi disputada quase exclusivamente no meio-campo ofensivo da Chéquia.

Verdade seja dita, as principais ocasiões de perigo da equipa de Ivan Hasek surgiram na sequência de pontapés de canto. Foi assim que surgiu o empate de Patrick Schick, conseguido com o peito, e também assim surgiu um cabeceamento perigoso de Krejci.

A saída de Schick, limitado fisicamente, condicionou as aspirações checas, ainda que Matej Jurásek e Ondrej Lingr, saídos do banco, também tenham tentado o golo da reviravolta.

Com alma e sofrimento, mas sobretudo graças à qualidade do seu guarda-redes, a Geórgia conseguiu segurar um ponto histórico, que até podiam ter sido três se Lobzhanidze não tivesse rematado por cima no último lance do jogo, quando estava sozinho na cara do guarda-redes...