Jorge Mendes: «Não é o dinheiro que me move»
Jorge Mendes (Imago)

Jorge Mendes: «Não é o dinheiro que me move»

NACIONAL02.02.202412:00

Agente afirma que trabalha para tentar encontrar as «melhores soluções» para jogadores, treinadores e clubes portugueses

Jorge Mendes, agente português, lembrou o início da carreira, garantindo que não é o dinheiro que o move, mas sim encontrar as «melhores soluções» para jogadores, treinadores e clubes portugueses.

«Comecei em 1996, salvo erro, daqui a pouco completo 30 anos de atividade, mas acho que é como se tivesse começado ontem. Foi tudo rápido. Estou sempre imbuído no trabalho, sempre a querer mais, não no sentido… não sou uma pessoa que, por exemplo, obviamente que é importante conquistar um espaço e ganhar dinheiro, mas não é isso que me move. O que me move é tentar sempre encontrar as melhores soluções para jogadores portugueses, e não só, treinadores e clubes portugueses. As pessoas sabem que trabalho com honestidade e tento sempre cada vez mais gerir e apagar todos os fogos quando os clubes precisam de resolver situações. É a imagem que as pessoas têm de mim», disse, em entrevista à Liga TV.

Jorge Mendes foi eleito recentemente pela Globe Soccer Awards como o melhor agente do ano.

«É o reconhecimento e o reflexo da qualidade do jogador e treinador português. Temos muitos atletas de grande qualidade, jogadores que podem atuar ao mais alto nível e nas melhores equipas do mundo, treinadores que hoje em dia, e ainda me recordo que há 20 anos contratavam-se muitos treinadores, e não é crítica, estrangeiros. Hoje em dia constata-se que o treinador português está em todo o lado, está no Brasil, nos Emirados Árabes Unidos, Inglaterra. Enche-me de orgulho e é o que me move a trabalhar cada vez mais para conseguir encontrar as melhores soluções para os jogadores, treinadores e para o futebol português», prosseguiu.

Pedro Proença (EDUARDO OLIVEIRA/ASF)

O empresário falou ainda sobre o futebol português, deixando elogios a Pedro Proença, presidente da Liga: «Tem grandes profissionais, mas precisamos de mudar a mentalidade do futebol português. O Pedro Proença é um grande profissional, honesto. Como profissional é difícil encontrar uma pessoa com os atributos do Pedro Proença. Bem haja o futebol português. Pedro Proença está no bom caminho. Precisamos de mais pessoas como ele. A Liga desenvolveu-se muito desde que entrou. E é difícil, há barreiras e obstáculos. Tem muito mérito naquilo que tem feito.»

O agente falou ainda sobre si e recordou o primeiro negócio que fez, com Nuno Espírito Santo.

Jorge Mendes. Foto: Miguel Nunes/ASF

«Jorge Mendes é uma pessoa humilde, o Cabanas do bairro da Petrogal, que saiu de Lisboa com 20 ou 21 anos e foi viver para casa do irmão. Fui jogar à bola para o Vianense. Felizmente as coisas correram bem em termos de negócios. Com 30 anos e quando comecei, felizmente e graças a Deus tive algumas condições para poder começar. Financeiramente, embora não fosse risco, tinha condições para poder fazer as minhas viagens à Corunha quando conheci o primeiro presidente, com o qual fiz o primeiro negócio, que foi o Nuno [Espírito Santo]. Naquela altura tomei uma decisão, gostava de futebol e joguei. Tive sempre uma grande paixão, joguei até aos 30 anos como profissional. Ganhava mais dinheiro em quatro ou cinco dias com os meus negócios do que com o futebol. Sempre tive essa tendência de trabalhar no mundo do futebol. Surgiu a oportunidade com o Nuno e pronto.»